CPMI aprova quebra de sigilos da deputada Carla Zambelli e reconvocação de Mauro Cid — Rádio Senado
CPMI do 8 de Janeiro

CPMI aprova quebra de sigilos da deputada Carla Zambelli e reconvocação de Mauro Cid

Os integrantes da CPMI do 8 de Janeiro aprovaram diversos requerimentos. Entre eles, o de reconvocação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e diversas quebras de sigilo, incluindo os telemáticos e telefônicos da deputada Carla Zambelli e de familiares, que também terão os Relatórios de Inteligência Financeira enviados à comissão. O senador Marcos Rogério (PL-RO) acusou os governistas de desviarem o foco da CPMI ao incluírem Zambelli nas investigações. Em depoimento aos parlamentares, o sargento Luis dos Reis, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro, negou envolvimento na fraude do cartão de vacina do ex-presidente, admitiu comparecimento ao Congresso Nacional no dia 8 de janeiro e justificou as movimentações financeiras de R$ 3 milhões a depósitos de consórcio entre amigos. A relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), avalia que as quebras de sigilos bancário e fiscal do sargento vão detalhar as transferências bancárias, que sinalizam lavagem de dinheiro.

24/08/2023, 16h17 - ATUALIZADO EM 24/08/2023, 16h46
Duração de áudio: 03:37
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
A CPMI DO 8 DE JANEIRO APROVA A QUEBRA DE SIGILOS DA DEPUTADA CARLA ZAMBELLI E RECONVOCAÇÃO DO EX-AJUDANTE DE ORDENS DE BOLSONARO. EM DEPOIMENTO, SARGENTO NEGA ENVOLVIMENTO EM FRAUDES DO CARTÃO DE VACINAS E JUSTIFICA MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA MILIONÁRIA COM CONSÓRCIO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Os integrantes da CPMI do 8 de Janeiro aprovaram a reconvocação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e a convocação de Osmar Crivelatti, assessor do ex-presidente. Também foram aprovadas as quebras dos sigilos telemático e telefônico de 20 pessoas, entre elas, da deputada Carla Zambelli; do marido dela, Antonio Aginaldo; e do irmão dela, Bruno Zambelli, sendo que a CPMI terá acesso aos Relatórios de Inteligência Financeira dos dois familiares da parlamentar e de outras 14 pessoas. Os deputados e senadores também aprovaram as quebras de sigilos bancário e fiscal de duas empresas e de 7 sete pessoas, incluindo as do sargento Luis Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O senador Marcos Rogério, do PL de Rondônia, questionou a relação da deputada Carla Zambelli com os atos do 8 de janeiro. Ninguém nega o fato de a deputada Carla Zambelli ter cometido um erro grave ao se aproximar e permitir o acesso de um criminoso ao ex-presidente Bolsonaro. Agora daí fazer quebra de sigilo bancário, telefônico, telemático dela e de seus familiares é uma agressão ao Parlamento. Não tem nada a ver a conduta dela com o que nós estamos investigando no âmbito da CPI. O que acontece é que os membros da CPI que são da base do governo tentam o tempo todo criar uma cortina de fumaça. Em depoimento à CPMI, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, sargento Luis Marcos dos Reis, negou participação na fraude no cartão de vacina do ex-presidente e da filha, apesar de o médico envolvido na irregularidade ser sobrinho dele. O militar tentou justificar as movimentações financeiras consideradas atípicas de R$ 3 milhões para quem tem um salário de R$ 13 mil. Ao negar que os recursos fossem destinados ao pagamento de contas do casal Bolsonaro, o militar citou depósitos relacionados a um consórcio entre amigos e alegou que a transferência de R$ 72 mil para Mauro Cid se refere à venda de um veículo do tenente-coronel. Sobre o tema movimentação em minha conta, desta mesma forma, apresentarei os devidos esclarecimentos com absoluta tranquilidade sobre as acusações levianas, fraudulentas, infundadas e improcedentes que me atingem. A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, declarou que o sargento não justificou as movimentações financeiras incompatíveis com a renda dele, que sinalizam lavagem de dinheiro. Ele foi contraditório quando numa primeira leva diz que não conhecia o Vanderlei da Cedro e depois a gente viu ali claramente, inclusive, conversas com ele no WhatsApp, transferências bancárias em volume significativos tanto para o Vanderlei quanto para a própria empresa, a Cedro do Líbano, e Wanderley é o administrador na verdade dessa empresa. Há muita movimentação financeira que ele até tentou em algum momento apresentar na verdade algumas justificativas, mas que, na verdade, não são compatíveis. Ainda em depoimento à CPMI, o sargento admitiu ter comparecido ao Congresso Nacional no dia 8 de janeiro, mas após a polícia ter contido os manifestantes. Ele negou ter planejado, financiado ou participado dos ataques. Mas os parlamentares governistas questionaram mensagens dele em que descrevia detalhadamente os atos, que ele considerou "bonitos demais". Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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