CPI das ONGs ouviu Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente — Rádio Senado
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CPI das ONGs ouviu Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente

A CPI das ONGs ouviu o deputado Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente. Salles afirmou que a atuação das ONGs na região da Amazônia é alimentada por agentes de diversos setores, inclusive do governo, que legitima a atuação das organizações na região norte. A oitiva atendeu a um requerimento do relator Marcio Bittar (União-AC), que avaliou que o Brasil vem perdendo a soberania nacional a partir das pressões internacionais que estão no comando das ONGs, em relação às restrições de uso de recursos naturais da região.

15/08/2023, 18h16 - ATUALIZADO EM 15/08/2023, 18h24
Duração de áudio: 04:23
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
A CPI DAS ONGS RECEBEU O DEPUTADO RICARDO SALLES, EX-MINISTRO DO MEIO AMBIENTE. SALLES AFIRMOU QUE A ATUAÇÃO DAS ONGS NA REGIÃO DA AMAZÔNIA É ALIMENTADA POR AGENTES DE DIVERSOS SETORES, INCLUSIVE DO GOVERNO. REPÓRTER BIANCA MINGOTE. A CPI das ONGs, que investiga atividades de organizações não governamentais financiadas com dinheiro público na região da Amazônia, ouviu o deputado Ricardo Salles, do PL de São Paulo, ex-ministro do Meio Ambiente. Ele afirmou que a maioria das iniciativas das organizações que atuam na região fluíram a partir de esforços internacionais, aliados a representantes no Brasil para desenvolver atividades na Amazônia, pautando o discurso na defesa de Direitos Humanos, do meio ambiente e de uma série de atividades ligadas à pesquisa de recursos naturais e biodiversidade. Mas, segundo Salles, algumas dessas pesquisas têm a finalidade de obtenção de informações comerciais estratégicas. O deputado afirmou ainda que países ricos são responsáveis pelos problemas climáticos no mundo. De acordo com Salles, a Europa e países como a China e os Estados Unidos vem aumentando a queima de combustíveis fósseis. Na avaliação de Salles, os países desenvolvidos utilizam ONGs para incutir no Brasil o sentimento de culpa e a responsabilidade pela redução nas emissões de gases do efeito estufa. Salles destacou ainda que a atuação das ONGs na região da Amazônia é alimentada por agentes de diversos setores, inclusive do governo, que legitimam a atuação das organizações na região norte em prol de interesses comuns, deixando o ser humano em último lugar na pauta de prioridades e usando o indígena como pretexto para ganhar dinheiro. Nós podemos fazer aqui uma lista de 20, 30, 40 figuras públicas, em posições que são ora em cargos públicos, seja ministro, secretário, secretário de estado, secretários municipais, hora e entidades do terceiro setor, ONGs, portanto, e hora na academia e mais recentemente, no setor privado. E essa ciranda dos mesmos nomes se retroalimenta a todo momento. E por que que isso é de fundamental importância? Porque um legitima o outro, um dá dinheiro pro outro, um cava oportunidade pro outro atuar.   A audiência atendeu a um requerimento do relator Marcio Bittar, do União do Acre. Bittar avaliou que o Brasil vem perdendo a soberania nacional por conta de restrições de uso de recursos naturais da região, encabeçadas por agentes internacionais que estão no comando das ONGs no Brasil. Se você for quantificar o que é que nós já estamos perdendo ao longo de décadas, porque somos proibidos de utilizar os recursos minerais, por exemplo, que a Amazônia tem. Isso é muito maior do que todos os escândalos financeiros que o Brasil teve, além do que é a quebra da soberania nacional. Então, o que acontece em 66% do território brasileiro, a meu juízo, eu sempre digo isso, é um assalto gigantesco, inimaginável. É uma questão de soberania nacional. É, eu venho dizendo há muito tempo. Que não se trata de preservar, se trata de recuperar a soberania brasileira que nós já perdemos sobre a Amazônia.   Já o senador Confúcio Moura, do MDB de Rondônia, ressaltou a importância do terceiro setor para o Brasil. Para ele, as ONGs prestam um bom serviço para o Brasil e defendeu que, caso a CPI identifique irregularidades, essas entidades sejam retiradas do país. Eu acho que as ONGs prestam um bom serviço, um bom serviço ao país, inclusive as exceções. O tribunal de contas está aí para fiscalizar, inclusive tem feito em duas CPIs anteriores a esta, o Tribunal de Contas já avaliou, já emitiu seus pareceres, seus relatórios e nada foi constatado de ilegalidade. Se existir ilegalidade nesta CPI, comprovar vai ser muito bom propositalmente para eliminar as entidades nocivas prejudiciais ao país. Os senadores aprovaram ainda requerimentos para realização de diligência externa na cidade de Rio Branco e na Reserva Extrativista Chico Mendes e de prestação de informações complementares pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Sob a supervisão de Rodrigo Resende, da Rádio Senado, Bianca Mingote.

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