CAE debateu situação das Lojas Americanas, taxas de juros, empréstimos do BNDES e desoneração da folha — Rádio Senado
Balanço 1º semestre

CAE debateu situação das Lojas Americanas, taxas de juros, empréstimos do BNDES e desoneração da folha

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realizou 6 audiências públicas neste primeiro semestre de 2023. Senadores debateram taxas de juros, empréstimos do BNDES (MSF 10/2021 e MSF 40/2021), auxílio-aluguel a mulheres vítimas de violência doméstica (PL 4875/2020), novo arcabouço fiscal (PLP 93/2023) e desoneração da folha (PL 334/2023). O rombo no balanço das Lojas Americanas também foi tema de debate, que motivou o senador Otto Alencar (PSD-BA) a apresentar projeto de lei (PL 1440/2023) para que, no caso de um balanço irregular, as empresas de auditoria independentes também sejam responsabilizadas.

24/07/2023, 13h31 - ATUALIZADO EM 24/07/2023, 13h31
Duração de áudio: 02:53
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
A COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS PROMOVEU SEIS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS NESTE PRIMEIRO SEMESTRE DE 2023. SENADORES DEBATERAM O PROBLEMA NO BALANÇO DAS LOJAS AMERICANAS, TAXAS DE JUROS, EMPRÉSTIMOS DO BNDES, AUXÍLIO-ALUGUEL A MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, NOVO ARCABOUÇO FISCAL E DESONERAÇÃO DA FOLHA.  REPÓRTER BRUNO LOURENÇO. A primeira audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos em 2023 veio na esteira da descoberta de um erro contábil no balanço das Lojas Americanas de cerca de 20 bilhões de reais. Sérgio Rial, que assumiu a presidência das Lojas Americanas em janeiro deste ano, afirmou que teve dificuldades para obter as informações de que precisava e assim que viu o tamanho do rombo fez o comunicado ao mercado, às autoridades competentes e renunciou, com pouco mais de uma semana no cargo. Isaac Ferreira, da Federação Brasileira de Bancos, disse que em outubro não havia sinal de problemas nas Lojas Americanas. O senador Otto Alencar, do PSD da Bahia, apresentou após o debate um projeto de lei para que, no caso de um balanço irregular, as empresas de auditoria independentes também sejam responsabilizadas. Auditar uma empresa deixar chegar na situação só tomasse conhecimento depois de um rombo de quarenta e oito bilhões de reais. Essa empresa não merece sinceramente confiança de quem deseja ter uma auditoria independente e correta no âmbito das suas empresas. Três audiências públicas foram realizadas para ajudar os senadores em votações. Uma, com o Diretor de Planejamento do BNDES, Nelson Barbosa, sobre dois pedidos de empréstimos internacionais para o banco. Outra sobre projeto que prorrogava a desoneração da folha para 17 setores da economia. E uma terceira sobre o novo arcabouço fiscal, com a participação dos economistas José Márcio Camargo e Marcos Mendes. Os senadores também receberam o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para discutir, principalmente, as taxas de juros. Roberto Campos Neto explicou que se o banco trilhasse o caminho da Argentina, os juros estariam maiores e o mais pobre é que iria pagar a conta. E a gente vê aqui o caso da Argentina, que é um caso onde a inflação saiu de controle, e quem sente mais com a inflação é quem é o mais pobre, porque ele não tem a renda protegida, ele não tem indexação, ele tem um reajuste de salário nominal que não acompanha. A gente vê, por exemplo, o caso da Argentina, onde, quando a inflação subiu, a pobreza extrema subiu muito. Então, o combate à inflação é o melhor instrumento social que existe hoje, e tem vários estudos que mostram isso. No caso da Argentina, a pobreza aumentou 53% e hoje alcança quase 40% da população. A CAE promoveu ainda audiência pública sobre proposta de pagamento de auxílio-aluguel a mulheres vítimas de violência doméstica. A votação do projeto de lei ficou para o segundo semestre. Da Rádio Senado, Bruno Lourenço.

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