Familiares pedem individualização dos casos de prisões do 8 de janeiro — Rádio Senado
Audiência Pública

Familiares pedem individualização dos casos de prisões do 8 de janeiro

Representantes de familiares e de advogados dos presos após os atos do dia 8 de janeiro em Brasília afirmam que processos não são diferenciados conforme atos cometidos dentro das sedes dos Três Poderes. Dificuldades para atuação da defesa também foram relatadas em audiência pública da Comissão de Segurança Pública (CSP). Representante da Associação Brasileira de Imprensa no Distrito Federal ponderou o caráter antidemocrático dos atos e lamentou a participação de pessoas que não tinham consciência da gravidade do que ocorreu na capital federal.

13/07/2023, 21h13 - ATUALIZADO EM 13/07/2023, 21h20
Duração de áudio: 02:47
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
EM AUDIÊNCIA REQUERIDA PELO SENADOR EDUARDO GIRÃO CONVIDADOS APRESENTARAM O QUE CONSIDERARAM FALHAS NOS PROCESSOS DAS PRISÕES FEITAS APÓS ATOS DO 8 DE JANEIRO EM BRASÍLIA. PARLAMENTARES E FAMILIARES PEDEM INDIVIDUALIZAÇÃO DOS CASOS PARA PUNIÇÃO ADEQUADA. JORNALISTA PONDERA QUE ATOS AMEAÇARAM A DEMOCRACIA. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO. A Comissão de Segurança Pública do Senado promoveu audiência pública sobre as prisões realizadas em virtude dos atos do dia 8 de janeiro e as possíveis violações às prerrogativas dos advogados que estão atuando nos casos. O pedido para o evento foi feito pelo senador Eduardo Girão, do Novo do Ceará, que fez críticas a algumas prisões e à manutenção de outras sem atuação razoável dos advogados de defesa. Girão - Pais e mães de família que no dia 8 portavam apenas uma bandeira do Brasil estão sendo tratados como golpistas e tachados de terroristas. Muitos brasileiros que se manifestaram de forma ordeira e pacífica diante do quartel de modo algum tiveram qualquer participação nas deploráveis depredações dos prédios públicos na Praça dos Três Poderes. Quem depredou, quem protagonizou aquelas cenas deve ser punido, mas deve ter sua conduta individualizada, deve ter o direito à defesa, ao devido processo legal. Os advogados devem ter o acesso aos autos. Isso não tá tendo, gente! Presidente da Associação dos Familiares e Vítimas de 8 de janeiro, Gabriela Ritter também pediu a individualização das condutas para que sejam punidas conforme o delito. Gabriela - A gente precisa individualizar as condutas e punir quem de fato cometeu. É crime de reclusão? Não existe hoje nada que desabone a conduta dos nossos familiares para eles estarem seis meses presos. É uma prisão completamente ilegal. No dia 8, como nós estamos vendo agora nos depoimentos das testemunhas da acusação, um pequeno grupo vandalizava, enquanto um outro grupo filmava, o outro grupo orava. A ordem foi pra prender todo mundo. O grupo que vandalizou não foi separado dos que estavam lá orando, ou que entraram para se abrigar ou que estavam lá filmando. Representando a Associação Brasileira de Imprensa no Distrito Federal, o jornalista Amando Rollemberg ponderou que os atos de 8 de janeiro tiveram um contexto específico, apesar de ter participantes não conscientes sobre as intenções. Rollemberg - O 8 de janeiro foi um momento preocupante e acabou representando uma ameaça clara à democracia. Claro que se houve momentos que as pessoas sofreram, muita gente ingênua veio, eu lamento muito uma mãe vir pra cá, engabelada, mas o fato é que era um movimento golpista. Se tentou desmoralizar o sistema eleitoral brasileiro. Houve um agente catalisador disso tudo: foi o presidente da República. Também foi ouvida na audiência pública a representante dos advogados dos processados pelos atos do dia 8 de janeiro, Carolina Siebra, que reclamou da limitação imposta pela Justiça na atuação em defesa dos clientes. Da Rádio Senado, Janaína Araújo.

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