CPMI adia depoimento de Mauro Cid devido a esforço concentrado da Câmara — Rádio Senado
CPMI do 8 de Janeiro

CPMI adia depoimento de Mauro Cid devido a esforço concentrado da Câmara

O presidente da CPMI do 8 de Janeiro, deputado Arthur Maia (PSD-BA), adiou para a próxima semana o depoimento do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, previsto para esta terça-feira (4). Ele citou o esforço concentrado da Câmara destinado à votação do novo Marco Fiscal, do projeto do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - Carf - e da Reforma Tributária. A relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), antecipou que o ex-ajudante de ordens será confrontado com o depoimento do coronel do Exército, Jean Lawand Júnior, que negou tentativa de golpe ao afirmar que pediu a Cid Mauro que convencesse Bolsonaro a reconhecer o resultado das eleições para que os apoiadores deixassem os acampamentos. Na próxima quinta-feira, dia 13, os integrantes da CPMI deverão votar requerimentos.

03/07/2023, 13h00 - ATUALIZADO EM 03/07/2023, 14h28
Duração de áudio: 03:24
Waldemir Barreto/Agência Senado

Transcrição
SESSÕES DA CPMI DO 8 DE JANEIRO DESTA SEMANA SÃO ADIADAS POR ESFORÇO CONCENTRADO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS. OS PARLAMENTARES DEVERÃO OUVIR NA PRÓXIMA TERÇA-FEIRA O EX-AJUDANTE DE ORDENS DE BOLSONARO.  REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. O presidente da CPMI do 8 de Janeiro, deputado Arthur Maia, do União da Bahia, decidiu adiar as duas sessões da comissão previstas para esta semana. Ele citou um esforço concentrado da Câmara destinado à votação do novo Marco Fiscal, do projeto que trata do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – Carf – e da Reforma Tributária. Para isso, os trabalhos de todas as comissões da Casa foram suspensos para as votações no Plenário. Nesta terça-feira, estava previsto na CPMI o depoimento do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. Ele foi preso em maio pela Polícia Federal numa operação que investiga fraudes em cartões de vacinas, incluindo o de Bolsonaro. Na análise dos dados do celular do militar, os investigadores teriam encontrado uma minuta para a decretação da Garantia da Lei e da Ordem para impedir a posse do presidente Lula. O depoimento de Mauro Cid foi remarcado para o dia 11 de julho. A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, afirmou que Mauro Cid será confrontado com as declarações do coronel do Exército, Jean Lawand Júnior. Em depoimento na semana passada, o militar negou qualquer tentativa de golpe ao afirmar que trocou mensagens com Mauro Cid a fim de convencê-lo a persuadir o então presidente Bolsonaro a pedir aos apoiadores que deixassem os quarteis e aceitassem o resultado das eleições. Ao afirmar que não acreditou na versão de Jean Lawand, Eliziane Gama disse que o depoimento de Mauro Cid será importante para avançar nas investigações sobre a tentativa de permanência de Bolsonaro no Palácio do Planalto. E a gente vai tentar ouvir do Mauro Cid se ele na verdade recebeu esse tipo de comunicado nessa mesma linha. A gente sabe claramente que não foi isso. Você percebe que ele fala de golpe, você percebe que ele tenta na verdade a envolver o Mauro Cid a conduzir o então presidente da República a de fato decretar uma GLO. Então, os fatos e as informações são bem maiores do que uma tentativa de desviar uma interpretação daquilo que está realmente contido no celular.   O senador Eduardo Girão, do Novo do Ceará, no entanto, criticou a suspensão das sessões desta semana.  A estranheza de uma decisão dessa no momento que tem pessoas presas de forma inocente sem o devido processo legal observado. Enquanto isso, se suspende um instrumento da oposição, da minoria, que diga-se de passagem foi sequestrado pelo governo Lula para blindar as investigações e por interesses que não sabemos. Vamos ter uma semana sem a CPMI onde o brasileiro continua querendo saber efetivamente o que aconteceu. Mauro Cid já conseguiu no Supremo Tribunal Federal o direito de permanecer em silêncio no depoimento à CPMI. Na quinta-feira, dia 13, os deputados e senadores deverão votar dezenas de requerimentos a pedido da relatora e por sugestão dos próprios parlamentares. Da Rádio Senado, Hérica Christian. 

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