CPI das ONGs recebe denúncias de desvios e explorações de indígenas na Amazônia — Rádio Senado
Comissões

CPI das ONGs recebe denúncias de desvios e explorações de indígenas na Amazônia

Governadores e Prefeitos da Região Norte terão que enviar aos parlamentares os contratos e parcerias feitas com as organizações da sociedade civil entre 2002 e 2023. Durante a reunião da CPI das ONGs, a deputada federal Sílvia Waiãpi (PL-AP) afirmou que governos europeus e organismos internacionais estão financiando instituições que exploram os indígenas. Também foi exibido um vídeo acusando ativistas de organizações de tirarem ilegalmente minérios da Amazônia em latas e baldes. Senadores como Mara Gabrilli (PSD-SP) e Beto Faro (PT-PA) pediram equilíbrio na investigação.

27/06/2023, 19h39 - ATUALIZADO EM 27/06/2023, 19h39
Duração de áudio: 03:48
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Transcrição
CPI DAS ONGS RECEBE DENÚNCIAS DE DESVIOS E EXPLORAÇÕES DE INDÍGENAS NA AMAZÔNIA. GOVERNADORES E PREFEITOS DA REGIÃO NORTE TERÃO QUE ENVIAR AOS SENADORES OS CONTRATOS E PARCERIAS FEITAS COM AS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL ENTRE 2002 E 2023. REPÓRTER: FLORIANO FILHO. A Comissão Parlamentar de Inquérito das organizações não-governamentais aprovou 23 requerimentos, obrigando os governadores e prefeitos de capitais da Região Norte a informarem sobre contratos e parcerias feitas com as organizações da sociedade civil entre 2002 e 2023. A maioria dos requerimentos foi feita pelo senador Marcio Bittar, do União do Acre, relator da comissão. Normalmente os documentos são assinados com ONGs ou organizações da sociedade civil de interesse público, as Oscips, alegando preservação do meio ambiente, mudanças do clima ou proteção de indígenas. Além das informações solicitadas aos estados do Amazonas, Pará, Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins, o senadores irão pedir a documentação do Maranhão e de Mato Grosso. No caso do Pará, o requerimento alega que houve desvirtuamento de objetivo e ação contra os interesses brasileiros, como no caso de várias interrupções na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira. A deputada federal Sílvia Waiãpi, do PL do Amapá, denunciou que uma dessas instituições vem recebendo recursos de governos europeus, incluindo França e Noruega, e de organismos multilaterais para explorar os indígenas. Também foi exibido um vídeo acusando ativistas de organizações de tirarem ilegalmente minérios da Amazônia em grandes latas e baldes. O senador Zequinha Marinho, do Podemos do Pará, afirmou que seria importante os senadores irem pessoalmente aos municípios de Altamira e Santarém para ouvirem as pessoas que, segundo ele, foram prejudicadas nessas parcerias. Ouvir as pessoas, as outras organizações, enfim, todo mundo dessas duas cidades, desses dois municípios e região, que têm sido prejudicados frontalmente pelas ações das ONGs. O Líder Indígena Ianomâmi Alberto Brazão Goes protestou contra a interferência de organizações estrangeiras na Amazônia e na vida dos índios. Nós não precisamos que ONGs de lá do estrangeiro digam como é que o Ianomami vai cuidar da nossa terra, da nossa floresta. O senador Beto Faro, do PT do Pará, afirmou que há tribos indígenas que apóiam o trabalho de ONGs. A senadora Mara Gabrilli, do PSD de São Paulo, defendeu os trabalhos do chamado terceiro setor e pediu equilíbrio durante as investigações da CPI. São essas organizações que atingem e trabalham muito duro para melhorar a vida das pessoas que ainda são invisíveis para o governo e para a maior parte da sociedade. O presidente da CPI, senador Plínio Valério, do PSDB do Amazonas, garantiu que a Comissão irá realizar um trabalho isento, apurando responsabilidades, sem perseguir ninguém ou nenhuma instituição em particular.  A CPI não tem o objetivo de demonizar ONGs. De forma alguma. Muito menos é contra o governo. A intenção é extirpar, separar o joio do trigo. Instalada em 14 de junho, a CPI terá 130 dias para investigar possíveis abusos de poder ou desvios de finalidade nos recursos públicos repassados para ONGs e OSCIPs.  Da Rádio Senado, Floriano Filho.

Ao vivo
00:0000:00