Ex-diretor da PRF nega relação com Bolsonaro e diz que não houve uso eleitoral da corporação — Rádio Senado
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Ex-diretor da PRF nega relação com Bolsonaro e diz que não houve uso eleitoral da corporação

Em depoimento à CPMI do 8 de Janeiro, o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, negou proximidade com o ex-presidente Bolsonaro e o uso da corporação no segundo turno das eleições. Argumentou que o Nordeste teve um efetivo maior da corporação por ser a região com as maiores malhas rodoviárias, frotas de ônibus e registros de acidentes e crimes eleitorais. Vasques também declarou que o desbloqueio nas rodovias demorou por falta de apoio de governadores e prefeitos. A relatora, Eliziane Gama (PSD-MA), disse que houve um aumento das diárias pagas no segundo turno, o que indicaria o uso eleitoral da PRF. Na reunião desta terça-feira (20) a CPMI aprovou a convocação do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Lula, general Gonçalves Dias; do ex-diretor da Abin, Saulo Moura, e do coronel do Exército, Jean Lawand Júnior.

20/06/2023, 18h44 - ATUALIZADO EM 20/06/2023, 18h44
Duração de áudio: 03:25
Foto: Pedro França/Agência Senado

Transcrição
EX-DIRETOR DA PRF NEGA USO ELEITOREIRO DA CORPORAÇÃO NO SEGUNDO TURNO DAS ELEIÇÕES. MAS RELATORA APONTA CONTRADIÇÃO AO CITAR UMA REUNIÃO SIGILOSA DE ONDE TERIA SAÍDO A ORDEM PARA PARAR ÔNIBUS COM ELEITORES DE LULA. A CPMI DO 8 DE JANEIRO APROVOU A CONVOCAÇÃO DO EX-MINISTRO DO GSI E DO EX-DIRETOR DA ABIN, ALÉM DE CORONEL CITADO NA TENTATIVA DE GOLPE. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Em depoimento à CPMI do 8 de Janeiro, o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, assegurou que tinha apenas relações profissionais com o ex-presidente Bolsonaro apesar de ter pedido votos nas redes sociais para o então candidato. Mas negou qualquer uso da corporação para fins eleitorais. Declarou que o Nordeste contou com um efetivo maior no segundo turno das eleições por ser a região com uma das maiores malhas viárias do País, maior frota de ônibus e com muitos registros de acidentes e de crimes eleitorais com apreensão de dinheiro. Segundo ele, apenas cinco ônibus foram apreendidos por problemas técnicos e pelo motorista não estar habilitado. Silvinei Vasques afirmou que não houve ação deliberada contra o então candidato Lula nas operações da PRF nas cidades nordestinas no segundo turno e destacou que cada superintendente definiu os pontos de fiscalização com base em estudos internos. Disse que não há registros de eleitores que tenham deixado de votar por conta de blitz da PRF. Apesar de confirmar reuniões de planejamento para garantir a segurança dos eleitores, ele negou ordens para inteferir no resultado do pleito. E comentou que estados e municípios não ajudaram no desbloqueio das rodovias tomadas por caminhoneiros após a vitória de Lula.  Não há! É um crime impossível que não ocorreu e não tem como. Como que nós falaríamos com 13 mil policiais no Brasil, explicando qual era a forma criminosa de operar sem ter uma conversa de por WhatsApp, Telegram, sem ter uma reunião com esses policiais em qualquer delegacia do Brasil, sem ter um e-mail enviado. Será se nenhum desses policiais que participou ou viu no corredor alguma coisa? Não tem como!  Ao antecipar que deverá solicitar a quebra dos sigilos do ex-diretor da PRF, e sua possível reconvocação após análise de documentos, a relatora, senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, avalia que houve ordens para a parada de eleitores de Lula nas operações no Nordeste. Ela citou um aumento no valor das diárias pagas aos agentes que atuaram em cidades na região, além da quantidade de multas aplicadas. Eliziane Gama afirmou que a ata da reunião do dia 19 de outubro sobre as operações no segundo turno demorou muito tempo para ser liberada após tentativa de decretação de sigilo, além da proibição para que os participantes entrassem com celular.  Eles fizeram uma reunião sigilosa e onde ele próprio disse que houve um controle de equipamento para não troca de mensagem ou coisa parecida. Então, como é que as pessoas iam estar trocando mensagem registrando qualquer coisa se havia um bloqueio dentro da sala para isso. Então, realmente não tinha como sair informação dali porque ele usou os equipamentos e a estrutura própria da PRF, que, segundo ele, está dentro de uma legalidade porque se for o instrumento de inteligência que nós temos a informação, e nós vamos comprovar isso, não tem legalidade.  Os integrantes da CPMI do 8 de Janeiro aprovaram a convocação do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Lula, general G. Dias, e do ex-diretor da Abin, Saulo Moura. Também será ouvido o coronel do Exército, Jean Lawand Júnior, que teria defendido um golpe militar após o resultado das eleições. Da Rádio Senado, Hérica Christian. 

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