CPMI do 8 de janeiro começa a ouvir depoentes na terça-feira
Os integrantes da CPMI do 8 de Janeiro vão ouvir os primeiros depoentes na próxima semana. Na terça-feira, será a vez do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasquez, que será questionado sobre o uso da corporação nas eleições ao não liberar estradas fechadas e parar ônibus de eleitores do então candidato Lula no segundo turno em cidades do Nordeste. Na quinta-feira, prestarão depoimento o empresário George Washington, condenado por tentativa de explosão de uma bomba no Aeroporto Internacional de Brasília, e o perito da Polícia Civil do Distrito Federal, Valdir Dantas Filho, responsável por desarmar o artefato. A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), afirmou que as primeiras oitivas se referem aos fatos que antecederam a invasão dos prédios públicos em Brasília. Já o senador Sergio Moro (União-PR) quer votar novamente a convocação do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional do governo Lula, general G. Dias.
Transcrição
A CPMI DO OITO DE JANEIRO VAI OUVIR O EX-DIRETOR DA POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL, UM CONDENADO POR TENTATIVA DE ATENTADO E UM PERITO DA POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL.
A OPOSIÇÃO VAI INSISTIR NA CONVOCAÇÃO DO EX-MINISTRO DO GABINETE DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
Após a aprovação de dezenas de requerimentos, os integrantes da CPMI do 8 de Janeiro vão ouvir os primeiros depoimentos. Para terça-feira, está prevista a oitiva do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, para falar sobre as operações da corporação em diversas cidades do Nordeste no segundo turno das eleições. Na ocasião, ônibus que levavam eleitores do presidente Lula foram parados. Na quinta-feira, serão ouvidos o empresário George Washington, já condenado a mais de nove anos por envolvimento na tentativa de explosão de uma bomba num caminhão de combustível no Aeroporto Internacional de Brasília, e o perito da Polícia Civil do Distrito Federal, Valdir Dantas Filho, responsável pelo desarmamento do artefato. Eliziane Gama reforçou que os primeiros depoimentos vão comprovar que o 8 de Janeiro foi planejado em dezembro após a tentativa de invasão à sede da Polícia Federal e o quebra-quebra no centro de Brasília e a descoberta da bomba.
E nós temos, na verdade, um ato que é o 8 de Janeiro em si que não aconteceu em si. Vinha uma série de ações que ocorreram logo após o resultado da eleição, houve imediatamente, inclusive, o fechamento de rodovias pelo Brasil inteiro, houve acampamentos no Brasil inteiro e o ato específico da invasão à sede dos Três Poderes aqui. Tivemos o 12 de dezembro que foi a tentativa de invasão à sede da PF exatamente no dia da diplomação do atual presidente Lula e nós tivemos o 24 de dezembro.
O senador Sergio Moro, do União do Paraná, vai solicitar a votação da convocação do ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional do governo Lula, general Gonçalves Dias, ao citar uma reportagem que mostrou adulteração nos relatórios enviados pela Agência Brasileira de Inteligência sobre as invasões para uma comissão mista do Congresso Nacional.
Uma publicação de uma matéria importante na Folha de São Paulo indicando uma suspeita de adulteração de comunicados da Abin para diversas autoridades, inclusive para o general Gonçalves Dias, revelando ainda mais a necessidade de ouvi-lo. Então, representei e isso deve ser levado provavelmente na terça-feira à comissão, que tem uma chance de esclarecer o que aconteceu e que os fatos sejam apurados. Punidos os vandalismos as destruições, as invasões, mas igualmente apurado porque houve essa falha, essa omissão no sistema de segurança.
Ainda na terça-feira, os integrantes da CPMI do 8 de Janeiro deverão votar mais de 20 requerimentos. Entre eles, as convocações de G.Dias e do ex-diretor da Abin, Saulo Moura, e pedidos para que o Supremo Tribunal Federal e a Procuradoria Geral da República compartilhem documentos sobre os inquéritos das invasões. Da Rádio Senado, Hérica Christian.
