Ministra ressalta necessidade de mais mulheres na ciência
A ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, apresentou em audiência conjunta de três comissões do Senado (Educação, Ciência e Tecnologia e Infraestrutura) os planos do ministério para os próximos anos. Entre eles estão a maior participação de mulheres na ciência, concurso público já autorizado para preenchimento de mais de 800 vagas, expansão da internet e incentivo à indústria farmacêutica do país.
Transcrição
EM AUDIÊNCIA NO SENADO, MINISTRA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA RESSALTA REAJUSTE DAS BOLSAS DE PESQUISA, A NECESSIDADE DE MAIOR PARTICIPAÇÃO FEMININA NO SETOR E A REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO COM MAIS DE 800 VAGAS.
LUCIANA SANTOS PARTICIPOU DE REUNIÃO CONJUNTA DAS COMISSÕES DE EDUCAÇÃO, INFRAESTRURA E CIÊNCIA E TECNOLOGIA. REPORTAGEM DE RODRIGO RESENDE.
A Ministra de Ciência e Tecnologia, a engenheira eletricista Luciana Santos, apresentou no Senado os planos do ministério para os próximos anos. Luciana foi deputada federal e vice-governadora de Pernambuco e defendeu uma maior participação das mulheres na ciência brasileira.
Luciana - Somos sessenta por cento das bolsas de iniciação científica, mas somente trinta e cinco por cento terminam nas bolsas de produtividade. Então, qual é o grande desafio da gente? É garantir a permanência dessas cientistas nos ambientes de pesquisa. E com isso, tem várias questões da vida das mulheres que impactam as opções, as escolhas que são legítimas, né? Da maternidade, do cuidado dos idosos, isso acaba recaindo sobre a responsabilidade das mulheres.
A ministra ainda destacou um concurso público para a área, já autorizado, com mais de 800 vagas previstas entre analistas, pesquisadores e técnicos. Luciana Santos ainda destacou o reajuste de bolsas de pesquisa, o que não acontecia há 10 anos, com impacto de 2,3 bilhões no orçamento. O presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado, Carlos Viana, do Podemos de Minas Gerais, afirmou que os debates em torno da tecnologia devem apresentar resultados rápidos.
Carlos Viana – Todos os dias nós tomamos conhecimento de inovações que dependem de redes mais ágeis e confiáveis. Assim, caso o Brasil espere demais, novamente perderá a oportunidade de aumentar a sua competitividade e melhorar o estado geral da nossa economia. Em outra frente, faz-se necessário agilizar as discussões sobre os limites éticos da adoção de tecnologias disruptivas e sobre as oportunidades que elas descortinam.
O senador Confúcio Moura, do MDB de Rondônia, presidente da Comissão de Infraestrutura, afirmou que o governo deve tratar a ciência como política de estado.
Confúcio – Então é um vai e volta, vai e volta, permanente. Isso tem desanimado muitos pesquisadores brasileiros que vão a pouco a pouco se desiludindo com o nosso próprio país e aqueles maiores expoentes da pesquisa, estudiosos terminam saindo.
Luciana Santos defendeu a continuidade de projetos eficientes e afirmou que um dos focos do ministério será o complexo da saúde. Atualmente, segundo a ministra, o Brasil tem déficit nessa área.
Luciana – Deficit de balança comercial, vinte bilhões de dólares, incluindo equipamentos, remédios e insumos. Nós temos capacidade de produzir vacina, como aconteceu no Brasil, mas a gente teve que importar o insumo farmacêutico ativo. O mundo todo fez isso, da Ásia, da China, da Índia ... nós já produzimos IFA e nós temos inteligência pra produzir. Então nós estamos decididos a tirar essa dependência dos IFAS, né? E também dos hemoderivados.
O senador Omar Aziz, do PSD do Amazonas, citou a retomada do CBA.
Omar Aziz – Centro de Bioeconomia da Amazônia. Se desse cinco por cento, um por cento for direcionado diretamente ao CBA, nós sairíamos dum orçamento de quarenta e três milhões pra quase quinhentos milhões ano. E aí sim, nós teríamos condições de literalmente pesquisar a biodiversidade da Amazônia.
Luciana Santos se dispôs a conversar com o Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin para a liberação de recursos ao CBA. Rodrigo Cunha, do União de Alagoas questionou Luciana sobre a universalização da internet.
Rodrigo Cunha – Minha pergunta é, existe hoje dentro do ambiente governamental com a política pública voltada para universalizar a internet?
Luciana citou o plano de expansão da fibra ótica no país.
Luciana – Que a gente tem uma rede muito potente que é a RNP que é a nossa rede nacional que é de fibra ótica que já tem estrutura espalhada no Brasil e ela é uma base pra que a gente faça a partir da RNP dessa grande infraestrutura de fibra ótica outros tipos de conectividade.
O senador Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal pediu à ministra que os técnicos do ministério estejam atentos para que na votação do arcabouço fiscal não haja perda ou contingenciamento de recursos da área. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.