Especialistas explicam reformulação do Programa Mais Médicos — Rádio Senado

Especialistas explicam reformulação do Programa Mais Médicos

Em audiência pública da comissão mista sobre a medida provisória (MP 1.165/2023) que altera o Programa Mais Médicos, representantes dos ministérios da Saúde e da Educação explicaram as mudanças para incentivar a fixação de médicos em regiões do interior do país. Um novo debate está marcado para esta quarta-feira (17).

16/05/2023, 20h37 - ATUALIZADO EM 17/05/2023, 09h21
Duração de áudio: 03:26

Transcrição
NOVO MAIS MÉDICOS INTEGRA FORMAÇÃO, PROVIMENTO E EDUCAÇÃO PELO TRABALHO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. AUMENTO DA DURAÇÃO DO PROGRAMA E INCENTIVOS FINANCEIROS SÃO ALGUMAS DAS ALTERAÇÕES FEITAS PELO GOVERNO FEDERAL. O ASSUNTO FOI TEMA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO MISTA QUE ANALISA A EMEPÊ DO MAIS MÉDICOS. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO. A comissão mista da medida provisória que alterou o programa Mais Médicos para inserir a formação de especialistas para a saúde recebeu representantes dos ministérios da Saúde, Educação e de entidades representativas dos médicos. O secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Nésio Fernandes, justificou a reformulação, após 10 anos do programa, que institui a formação de especialistas integrada à atuação dos profissionais, com incentivos para permanência de quatro anos em área de difícil fixação. Nésio - A educação pelo trabalho constitui uma importante estratégia de formação profissional porque ela é capaz de desenvolver competências médicas, profissionais ampliadas especialmente se ela estiver inserida em um contexto de educação permanente e de oferta de trilhas educacionais que orientem o perfil de competência a ser desenvolvido. Aproveitar parte dos espaços de serviço como espaços para formação profissional contextualizada se constitui em uma oportunidade de especialização para os profissionais formados no Brasil. Coordenador-geral de Expansão e Gestão da Educação em Saúde do Ministério da Educação, Pedro Luiz Rosalen explicou a atuação da pasta no programa Mais Médicos. Pedro - O Ministério da Educação tem atuação no provimento, com a supervisão acadêmica, supervisionando os médicos onde eles são induzidos para chegar no território de maior carência, de maior dificuldade. Eles são acompanhados durante essa formação, que era no programa anterior de três anos e agora passa para quatro. Eles recebem esse suporte através da supervisão acadêmica, um médico na sua maioria professor das melhores universidades federais brasileiras. Cada grupo de dez supervisores tem um médico tutor que também pertence a uma universidade federal do curso de medicina. Para o secretário-geral da Associação Médica Brasileira, Antônio José Gonçalves, o programa Mais Médicos aumentou o número de profissionais no Brasil, mas a formação não é adequada. Antônio - A nossa população aumentou 27% e o número de médicos mais do que dobrou. Eram 230 mil, hoje são 560 mil. Agora a gente tá pagando o preço da formação desses médicos tanto que a gente é favorável ao exame de proficiência. Nós pioramos as escolas. Nós não podemos piorar a residência. O título de especialista, que seria o passo seguinte após a residência, nós temos que preservá-lo. É uma das coisas boas que nós temos. Nós podemos ajudar na formação dos especialistas. Podemos fazer duas provas por ano. A relatora da comissão sobre a medida provisória, senadora Zenaide Maia, do PSD do Rio Grande do Norte, defendeu o atendimento básico à população. Zenaide - Eu sou infectologista e sempre tive uma defesa da saúde primária. Quem faz prevenção é a saúde primária. Ela é quem vacina, ela é que acompanha o hipertenso, o diabético, o asmático, faz o pré-natal. O médico de família é aquele médico que a gente precisa. Então se a gente quer que chegue o mínimo de pacientes pra ser amputado o membro, pra ocupar uma UTI, nós precisamos sim melhorar o atendimento básico. Presidente da comissão mista, o deputado Dorinaldo Malafaia, PDT do Amapá, anunciou para esta quarta-feira outra audiência pública com especialistas para tratar da medida provisória. Da Rádio Senado, Janaína Araújo.

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