Audiência debate políticas necessárias à prevenção e à repressão da violência em escolas — Rádio Senado
Educação

Audiência debate políticas necessárias à prevenção e à repressão da violência em escolas

A Comissão de Direitos Humanos (CDH), em conjunto com a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), Comissão de Segurança Pública (CSP), e Comissão de Educação (CE), promoveu nesta terça-feira (2) audiência pública com o objetivo de debater as políticas necessárias à prevenção e à repressão da violência em estabelecimentos de ensino. A reunião contou com convidados especialistas no assunto e discutiu a importância da educação e do diálogo para romper o ciclo da violência nas escolas.

02/05/2023, 18h54 - ATUALIZADO EM 02/05/2023, 18h55
Duração de áudio: 03:27
Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
LOC: EM AUDIÊNCIA PÚBLICA CONJUNTA, QUATRO COMISSÕES DO SENADO DEBATERAM SOBRE POLÍTICAS NECESSÁRIAS À PREVENÇÃO E À REPRESSÃO DA VIOLÊNCIA EM AMBIENTE ESCOLAR. LOC: OS CONVIDADOS RESSALTARAM A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NO COMBATE A VIOLÊNCIA E INICIATIVAS DENTRO DO AMBIENTE DE ENSINO PARA DISCUTIR SOBRE AS DIFERENÇAS E O PRECONCEITO ENTRE OS ALUNOS. REPÓRTER CAROL TEIXEIRA. A audiência pública teve como objetivo debater políticas públicas que sejam eficientes no combate e na prevenção da violência em ambientes de ensino. Celso Francisco, coordenador da Comissão de Orientação em Psicologia Escolar e Educacional e representante do Conselho Federal de Psicologia, destacou a importância da presença de psicológos e assistentes sociais no ambiente escolar, sendo a obrigatoriedade da presença destes já garantida por meio de lei.  Celso também ressaltou que a violência é uma consequência e não a causa do problema, e ela pode acontecer por causa da discriminação entre os alunos, então sugeriu como um passo para a pacificação escolar a iniciativa de debates com o diálogo entre alunos, professores e psicólogos sobre as desigualdades e os preconceitos entre eles.  As violências sempre que acontecem, elas têm uma historicidade e elas sempre remetem a vários aspectos e um deles é o modo como as pessoas subjetivam as desigualdades históricas do nosso país, os preconceitos, quando sai do campo da palavra, do campo do diálogo e entram no ato como a gente chama na psicologia, e vai então para a ação violenta. Então a criação de espaços de interlocução na escola pra gente poder falar desses processos de desigualdade, de preconceitos, de como as pessoas sofrem, um sofrimento psíquico. Além disso, a Especialista em Educação e Proteção do UNICEF no Brasil, Ana Carolina Fonseca, ressaltou o papel decisivo da escola e da educação para romper o ciclo da violência.   É muitas vezes na escola que as violências sofridas em casa ou na comunidade vão ser percebidas pela primeira vez. E a escola também é, justamente, um espaço oportuno e que tem por missão o fortalecimento de meninas e meninos em competências, em habilidades, em fatores que são decisivos pra romper com a violência. Então a gente tá falando aqui da autoestima, da autoconfiança, da construção da relação afetiva. Então o que a gente vem a dizer é: a escola tanto é um espaço que essa violência de fato se manifesta e daí a importância de agir quando ela se manifesta, e a escola tem essa missão de construir uma educação que protege a partir da própria abordagem pedagógica. Já a representante da Consultoria Vozes da Educação, Carolina Campos, defende que é preciso cuidar diretamente da saúde mental e das condições de trabalho dos educadores. Ela apontou que existem indicídios de que os educadores são mais traumatizados do que os alunos em casos violentos ocorridos em escolas e destacou que é preciso de ferramentas para que os educadores saibam administrar os seus traumas e de seus alunos. A assessora Política do Instituto de Estudos Sócioeconômicos, Thalita de Oliveira, destacou que é importante investir em desenvolvimento e estrutura do ambiente educacional e que os alunos precisam se sentir dignos e pertencentes. Porque onde os meninos não se sentem dignos, não se sentem parte ou onde não tem afeto e cuidado, há bem menos possibilidade de respeito ao outro e a vida. Tanto que muitos casos o autor se entrega ou se suicida, porque ele não vê importância naquelas vidas ou na sua própria vida. A audiência contou com a presença de diversos especialistas que destacaram a importância de políticas públicas voltadas para a educação de forma ampla, abrangendo todas os participantes do ambiente escolar. Foram sugeridas outras reuniões com a presença de professores e alunos para continuar o debate sobre a prevenção e a repressão da violência em estabelecimentos de ensino. Sob a supervisão de Rodrigo Resende, da Rádio Senado, Carol Teixeira.

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