Senadora critica volta da exigência de vistos para Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão — Rádio Senado
Relações Exteriores

Senadora critica volta da exigência de vistos para Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão

A senadora Soraya Thronicke (União-MS) criticou a decisão do governo federal de voltar a exigir visto para a entrada de turistas dos Estados Unidos, do Canadá, do Japão e da Austrália. A isenção fora estabelecida pelo Decreto 9.731, de 16 de março de 2019, assinado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o Brasil não concede isenção unilateral de vistos de visita, sem reciprocidade, a outros países.

03/04/2023, 16h42 - ATUALIZADO EM 03/04/2023, 16h42
Duração de áudio: 01:50
Getty Images/iStockphoto

Transcrição
SORAYA THRONICKE NÃO CONCORDA COM O RETORNO DA OBRIGATORIEDADE DE VISTOS DE VISITA PARA CIDADÃOS VINDOS DA AUSTRÁLIA, CANADÁ, ESTADOS UNIDOS E JAPÃO. SEGUNDO ITAMARATY, O DECRETO QUE FUNDAMENTA A ISENÇÃO NÃO OBEDECE AO PRINCÍPIO DA RECIPROCIDADE. REPÓRTER LUIZ FELIPE LIAZIBRA. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que o governo federal decidiu retomar a exigência de vistos de visita para cidadãos da Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão. A dispensa vigora desde 2019, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro, por meio de decreto, permitiu a isenção desses vistos para fins de turismo, negócios ou realização de atividades artísticas ou desportivas. Para a senadora Soraya Thronicke, do União de Mato Grosso do Sul, a medida adotada atinge o setor de turismo, que ainda não se recuperou dos impactos da pandemia.  "O princípio da reciprocidade não pode estar acima dos interesses econômicos de milhares de brasileiros que trabalham no setor de turismo; é, antes, um apelo que tenta disfarçar um caráter ideológico. O conceito de reciprocidade não é uma camisa de força, mas, sim, um elemento que deve ser utilizado com flexibilidade em razão de interesses nossos, de interesses internos, de interesses nacionais." A senadora apontou ainda que a retomada dos vistos de visita pelo Governo brasileiro não foi bem recebida pelas entidades do setor de turismo: "As entidades do setor se indignaram justamente porque os números que embasam a decisão não são reais. Elas têm toda a razão. O setor argumenta que se trata de um retrocesso e que vários países se utilizam da isenção de visto como uma estratégia para atrair, por exemplo, congressos internacionais." A medida passará a valer a partir de 1º de outubro. Até lá, o Ministério garantiu que o governo brasileiro vai seguir com as negociações com os países, desde que sejam em bases recíprocas de isenção. Sob a supervisão de Maurício de Santi, da Rádio Senado, Luiz Felipe Liazibra. 

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