Americanas: projeto responsabiliza auditorias em caso de balanços irregulares

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A COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS DEBATEU NESTA TERÇA-FEIRA A SITUAÇÃO DAS LOJAS AMERICANAS, QUE ENTROU EM PROCESSO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL APÓS TER “DESCOBERTO” UM ERRO CONTÁBIL NO BALANÇO DA EMPRESA DE CERCA DE 20 BILHÕES DE REAIS.   AS INFORMAÇÕES DA AUDIÊNCIA PÚBLICA COM O REPÓRTER BRUNO LOURENÇO. Sérgio Rial, que assumiu a presidência das Lojas Americanas em janeiro deste ano, disse que o antigo presidente, Miguel Gutierrez, era muito centralizador. Rial afirmou que teve dificuldades para obter as informações de que precisava e assim que viu o tamanho do rombo fez o comunicado ao mercado, às autoridades competentes e renunciou, com pouco mais de uma semana no cargo. Do dia quatro ao dia onze eu não recebi algo no papel, eu não recebi algo como fosse o mapa, eu extraía a conta-gotas, as informações dia após dia de maneira incessante com o ex-diretor financeiro. Não havia uma predisposição, deixa eu lhe explicar tudo o que aconteceu, deixa eu lhe explicar tudo como aconteceu e porque aconteceu. Nada disso. Nada disso. O que eu sabia é que a empresa tinha muito mais dívida bancária do que havia reportado e o que eu não sabia, como conseguiram fazer isso durante tanto tempo e por quê? Apesar de o problema contábil ter sido descoberto somente agora, Moacir Reis, da empresa de logística Forte Minas, disse que as Lojas Americanas já vinham rompendo compromissos e apresentando números descolados da realidade. A empresa desestruturou na no mês seguinte as minhas filiais todas ficaram sem carga, sem movimento sem funcionário. Até mobiliário nosso foram saqueados né? E ficamos sem condição nenhuma de controlar. Isso causou três meses depois um infarto pra mim e o meu sócio da área administrativa e financeira ele tá com síndrome de pânico e tentou suicídio algumas vezes. Isaac Ferreira, da Federação Brasileira de Bancos, disse que o sistema bancário tenta sempre reduzir os riscos na hora de investir e, em outubro, não havia sinal de problemas nas Lojas Americanas. Quando a Americanas, pelo que me dou conta, fez a sua última emissão de debêntures a própria Americanas já atestou toda a regularidade a das suas demonstrações financeiras. Quando a gente verifica por exemplo, a escritura de emissão das debêntures, a gente vê claramente a Americanas, inclusive por sua empresa de auditoria atestando a integridade, das demonstrações financeiras da companhia. Quero também mencionar que a Americanas pagava em dia as suas obrigações. Isso aqui é algo sintomático. Ou seja não havia ah no radar um risco ah de inadimplência risco de default. O presidente da Comissão de Valores Mobiliários, João Pedro Nascimento, admitiu que houve falhas no sistema, mas que por enquanto não é possível apontar os culpados ou medidas para evitar a repetição desse caso. Esse caso ele é gravíssimo. Mas aparentemente o que a gente está observando é que essas relações de freios e contrapesos falharam. Não podemos tirar conclusões precipitadas. Precisamos conduzir investigações, apurações e identificar todas as irregularidades praticadas O novo presidente do grupo Americanas, Leonardo Pereira, afirmou que está preocupado no momento em remodelar a companhia para que ela consiga quitar suas dívidas, regularizar a situação com fornecedores e salvar cerca de 40 mil empregos. Nós estamos remodelando uma empresa pra que ela continue de fato operando na plenitude da sua capacidade. E ao fazer isso, eu tenho que fazer um corte. E o meu corte é, eu me preocupo com tudo aquilo que acontece a partir de quinze de fevereiro e tenho que esperar os resultados das investigações. O senador Otto Alencar, do PSD da Bahia, anunciou a apresentação de um projeto de lei para que, no caso de um balanço irregular, as empresas de auditoria independentes também sejam responsabilizadas. Os auditores independentes poderão sofrer sanções administrativas ou penais, isso remete pra o Código Penal, caso seja constatada a negligência ou em perícia no exercício das suas funções, isso no caso dos auditores independentes. Auditar uma empresa, deixar chegar na situação, e só tomasse conhecimento depois de um rombo de quarenta e oito bilhões de reais? Essa empresa não merece sinceramente confiança de quem deseja ter uma auditoria independente e correta no âmbito das suas empresas. O ex-presidente Miguel Gutierrez e outros ex-executivos das Lojas Americanas, além da empresa de auditoria, Price Waterhouse Coopers, recusaram o convite para a audiência pública. Da Rádio Senado, Bruno Lourenço.