Líder do governo critica decisão do BC de manter juros em 13,75%. Para oposição, decisão foi técnica — Rádio Senado
Economia

Líder do governo critica decisão do BC de manter juros em 13,75%. Para oposição, decisão foi técnica

O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Rede- AP), criticou a decisão do Banco Central de manter a taxa Selic em 13,75%. Segundo ele, não há justificativa, já que a inflação está caindo. Já o líder do Podemos, senador Oriovisto Guimarães (PR), destacou que os diretores do BC se basearam no cenário internacional com guerra e crise bancária e na alta da inflação no Brasil. Ele lembrou que o governo ainda não apresentou o novo teto de gastos.

23/03/2023, 19h06 - ATUALIZADO EM 23/03/2023, 20h21
Duração de áudio: 02:35
Foto: Leonardo Sá/Agência Senado

Transcrição
LÍDER DO GOVERNO CRITICA DECISÃO DO BANCO CENTRAL DE MANTER JUROS ALTOS. A TAXA SELIC ESTÁ EM 13,75 POR CENTO AO ANO. SENADORES DA OPOSIÇÃO ARGUMENTAM QUE A DECISÃO DO BC FOI TÉCNICA PARA SEGURAR A INFLAÇÃO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Pela quinta vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária do Banco Central manteve em 13,75% ao ano a taxa Selic, usada para a definição dos juros dos empréstimos, cheque especial, cartão de crédito e vendas no crediário. Por unanimidade, os diretores do BC citaram que o cenário internacional com a guerra e a quebradeira de bancos, a alta da inflação no Brasil e a ausência do novo teto de gastos justificam a Selic em patamares elevados. A equipe econômica criticou a decisão do Banco Central. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou de preocupante o comunicado do BC que sinaliza inclusive uma elevação da taxa. O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues, da Rede do Amapá, também lamentou a decisão do Banco Central ao afirmar que os juros altos dificultam a retomada do crescimento econômico. Com todo respeito ao Banco Central, mas foi uma decisão imprópria e distante da realidade. Estamos em um ambiente de recessão, a atividade econômica está paralisada por conta da maior taxa de juros do planeta. Quando essa taxa de juros foi estabelecida, nós estávamos com uma inflação que caminhava para mais de 10 pontos. Nós estamos com a inflação que está em queda, tivemos queda de preços do período, então, não se justifica. O governo está fazendo todos esforços fiscais possíveis Já o líder do Podemos, senador Oriovisto Guimarães, do Paraná, argumentou que para controlar a inflação o Banco Central tem que manter os juros altos. Ele avalia que a Selic vai ser reduzida quando as contas públicas estiverem em dia e citou que o governo ainda não definiu o novo teto de gastos. A questão dos juros é muito mais uma questão fiscal do que de política monetária.  Se nós tivermos a questão fiscal bem resolvida, se o governo começar a fazer superávit primário, se houver um marco bem definido a respeito do teto de gastos, tudo isso abaixa juro. Também o Banco Central não está aumentando os juros porque ele gosta de aumentar os juros. Ele está aumentando, e não só o Banco Central do Brasil, mas os de diversos outros países aumentam, porque a opção que nós temos é ou aumenta os juros ou aumenta a inflação. A equipe econômica deverá enviar no início de abril as novas regras que vão substituir o teto de gastos, que limita o aumento das despesas públicas. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, anunciou que o déficit deste ano será de R$ 120 bilhões, acima das projeções do próprio governo. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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