Senadores lamentam a morte de Jô Soares e destacam o brilhantismo de artista completo e defensor da democracia — Rádio Senado
Adeus

Senadores lamentam a morte de Jô Soares e destacam o brilhantismo de artista completo e defensor da democracia

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, manifestou solidariedade aos familiares, amigos, colegas e fãs de Jô Soares, que faleceu nessa sexta-feira aos 84 anos de idade. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que Jô foi o artista mais completo de nosso tempo. Já a senadora Simone Tebet (MDB-MS) lembrou que ele usou o humor para criticar a didatura militar. E Carlos Portinho (PL-RJ) afirmou que a genealidade do trabalho de Jô Soares ainda poderá ser apreciada. Os jornalistas Gerson Camarotti e Cristina Serra ressaltaram a genialidade de Jô Soares por meio de personagens que representaram de maneira tão fiel a cultura brasileira.

05/08/2022, 15h54 - ATUALIZADO EM 05/08/2022, 15h54
Duração de áudio: 05:15

Transcrição
AO LAMENTAREM A MORTE DE JÔ SOARES, SENADORES DESTACAM O BRILHANTISMO DE UM ARTISTA COMPLETO E DEFENSOR DA DEMOCRACIA. JORNALISTAS OUVIDOS PELA RÁDIO SENADO RESSALTAM O CONHECIMENTO DELE SOBRE A CULTURA BRASILEIRA TÃO BEM RETRATADA EM SEUS PERSONAGENS E A GENEROSIDADE DE UM MESTRE COM TODOS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, manifestou solidariedade aos familiares, amigos, colegas e fãs de Jô Soares e destacou que a sua trajetória faz parte da cultura brasileira. José Eugênio Soares, que estava internado desde o dia 28 de julho, faleceu na madrugada desta sexta-feira aos 84 anos de idade. Já o senador Randolfe Rodrigues, da Rede do Amapá, disse que “o dia amanheceu triste pela partida de um dos maiores gênios da nossa história”. Jô foi um dos maiores senão o maior de nosso tempo. Ator, diretor, compositor, escritor, pintor, poucas pessoas foram tão completas para a cultura brasileira. Temos que agradecer muito a Deus por termos vivido no mesmo planeta, no mesmo país, na mesma época de Jô Soares. Ele mostrou em diferentes momentos a diversidade do Brasil e sempre fez a crítica justa e acertada sobre a política brasileira. A senadora Simone Tebet, do MDB de Mato Grosso do Sul, considera que Jô Soares é a essência viva da cultura do Brasil. E citou o brilhantismo de como Jô Soares combateu a ditadura militar. No momento em que nós estávamos em regime de exceção, de ditadura, tinha coragem de com humor driblar a censura e dizer ao povo o que precisava ser dito através do humor. O humor é isso, o humor ensina, o humor explica e fala quando vozes mais sérias não podem e são caladas. Então é uma grande perda lamentável, fez parte da Infância e da adolescência da maioria da população brasileira acima de 40 anos. O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, declarou que  Jô Soares saiu nessa sexta-feira de cena, mas não dos nossos corações e memórias. A opinião é a mesma do senador Carlos Portinho, do PL do Rio de Janeiro.  O Jô alegrou a casa dos brasileiros durante anos com os seus personagens não só engraçados, mas sarcásticos. Uma pessoa de inteligência privilegiada e língua afiadadeixa  muita saudade a todo o Brasil. E as gargalhadas que nos proporcionou continuará proporcionando porque assistir a seus programas ainda que em reprises encantará a todos os brasileiros certamente. Não será esquecido nunca.  Jô Soares foi um dos principais comediantes do País e da TV brasileira com participações na “Família Trapo” em 1966, “Planeta dos homens” em 1977 e “Viva o Gordo” em 1981. Por quase três décadas, até 2016, comandou um programa de entrevistas. O jornalista Gerson Camarotti ressaltou como Jô Soares era conhecedor da cultura brasileira.  Um dos artistas que melhor soube interpretar o Brasil. O Brasil se viu nos personagens de Jô Soares ao mesmo tempo também ele apresentou o Brasil aos brasileiros com os seus programas de fim de noite. O Brasil passou a ler pelo sofá do Jô. Eu vejo o sofá do Jô como um grande divã do País. O País ria naquele sofá, se analisava naquele sofá, discutia política naquele sofá. Ao reforçar a genorosidade de Jô Soares, a jornalista Cristina Serra lembrou que ele foi o primeiro a dar espaço para as mulheres no quadro “As meninas do Jô” em 2005.   Era o único programa da TV aberta de debate político e feito pelos jornalistas mulheres com muitas diferenças entre si, ele inclusive, explorava essas divergências sempre com muita elegância e claro com aquele de humor. Esse é o Jô Soares que conheci de perto e que muito emociona hoje lembrar do Jô. Ele deixar muita saudade e deixa muito aprendizado. Que ele brilhe eternamente no infinito. Beijo do gordo. Em um vídeo institucional da TV Globo, Jô Soares declarou que ainda tinha muito o que fazer na vida.  Medo da morte é um sentimento inútil, você vai morrer mesmo, não adiante ficar com medo. Eu tenho medo mesmo de não ser produtivo. Citando meu amigo Chico Anysio, perguntaram para ele: você tem medo de morrer? Ele falou:  não, tenho pena. Espero viver mais uns 50 anos para ver se eu consigo alguma coisa. Eu já estou firmando compromisso para daqui a 30 anos, não dá para parar ainda. Jô Soares, que nasceu no Rio de Janeiro, pensava em ser diplomata, mas estreou na televisão em 1958. Jô Soares criou 300 personagens, dirigiu 24 peças de teatro e atuou em outras 11, foi diretor de um filme e ator em outros 10. Ao longo dos 25 anos de apresentador, ele fez 14.426 entrevistas, foi redator de 15 programas de TV, escreveu 8 livros e fez oito exposições de pintura. Da Rádio Senado, Hérica Christian. 

Ao vivo
00:0000:00