Senado faz homenagem ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra — Rádio Senado
Sessão especial

Senado faz homenagem ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra

O Senado realizou uma Sessão Especial nesta segunda-feira (11) para marcar o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. A homenagem foi solicitada pela senadora Leila Barros (PDT-DF), que defendeu a criação de um canal de permanente de troca de informações para produzir peças legislativas que ajudarão as mulheres negras. Já Paulo Paim (PT-RS) lamentou que as mulheres negras sejam duplamente vítimas de uma estrutura que as explora e as exclui.

11/07/2022, 15h09 - ATUALIZADO EM 11/07/2022, 15h23
Duração de áudio: 03:02
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
O SENADO REALIZOU UMA HOMENAGEM NESTA SEGUNDA-FEIRA AO DIA NACIONAL DE TEREZA DE BENGUELA E DA MULHER NEGRA. OS PARTICIPANTES LAMENTARAM AS ESTATÍSTICAS QUE VITIMIZAM DUPLAMENTE A MULHER NEGRA EM UMA SOCIEDADE MACHISTA E RACISTA. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA O Senado realizou uma sessão especial para homenagear o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza de Benguela é símbolo de resistência e liderança na luta contra a escravidão. Ela assumiu o quilombo liderado pelo marido, José Piolho, quando ele foi assassinado, em Mato Grosso, no século 18.  A homeagem foi solicitada pela senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, que defendeu a criação de um canal para incentivar ideias legislativas a favor das mulheres negras.  Vamos estreitar os laços entre o Parlamento e a nossa gente. Vamos criar um canal de permanente troca de informações, saberes e percepções. Logrando êxito nesse esforço, produziremos as peças legislativas que ajudarão as mulheres negras e todos os outros segmentos da nossa população a resguardar direitos e a exercitar, na plenitude, as suas potencialidades. E um país onde todos conseguem produzir é uma nação próspera. Que este Dia da Mulher Negra simbolize o início de mais uma era de grandes conquistas e que o Senado Federal seja parte indissociável dessa construção! Mulheres negras são as principais vítimas de feminicídio, violência doméstica, violência obstétrica e de mortalidade materna no país. Segundo o IBGE, elas estão na base da pirâmide da desigualdade de renda no Brasil, e recebem menos da metade do salário de homens brancos, independentemente da escolaridade. Para a defensora Pública, Maria José de Nápolis, as estatísticas são um retrato do abismo racial no Brasil. O sistema prisional onde eu trabalho, Senadora, também tem cor. De acordo com o Infopen Mulheres 2017, somadas, as mulheres encarceradas de cor, etnias pretas e pardas, totalizam 63,55% da população carcerária nacional. E, se para a biologia não faz sentido algum falar em raças humanas, para as ciências sociais faz, e muito, pois a raiz da exclusão, como nós sabemos, não é biológica; é econômica, é política, é social. Relator do projeto que estabeleceu o dia 25 de julho  como Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra por lei em 2014, o senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, relembrou a tajetória admirável da homenageada. Duplamente vítimas, como negras e como mulheres, de uma estrutura que as explora e as oprime e as exclui.A trajetória de Tereza, a Rainha Negra do Pantanal, nos lembra que a história da mulher negra no Brasil não é uma história de submissão - ah, não é: são de corajosas lutadoras e guerreiras. É uma história de lideranças e de luta contra a opressão.  Também participaram da sessão especial a mestre em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde pelo Departamento de Psicologia da Universidade de Brasília, Izete Santos, e a cientista política e pesquisadora da Universidade Federal da Bahia, Isadora Lopes Harvey. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

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