Violência na Amazônia aumentou a partir de 2019, dizem participantes de audiência

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A VIOLÊNCIA NA AMAZÔNIA AUMENTOU VERTIGINOSAMENTE A PARTIR DE 2019. FOI O QUE RELATARAM ATIVISTAS DA REGIÃO À COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E À COMISSÃO TEMPORÁRIA QUE ANALISA O TEMA. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA A Comissão de Direitos Humanos e a Comissão Temporária sobre a Criminalidade na Região Norte realizaram uma audiência pública para discutir o aumento da violência na Amazônia. O representante da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, Eliezio Marubo, afirmou que o problema cresceu de forma expressiva a partir de 2019. Marubo alertou para a possibilidade de novos casos de assassinatos, como o do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips.  Estou afirmando que nós teremos mais, é importante que essa casa atue para que a gente continue não tendo esse tipo de resultado no vale do javari. Precisamente desde 2019, precisamente. Que foi a partir de 2019 que as bases foram alvejadas, que nossa equipe passou a ser perseguida. Que passamos a receber ameaças, bilhetes apócrifos em nosso endereço. Grande parte dessas ameçadas nós formalizamos e levamos a autoridade policial. O período coincide com o início do governo Bolsonaro, que chegou a transferir a competência da demarcação de terras indígenas para o Ministério da Agricultura. A Univaja entregou aos senadores um documento com uma série de denúncias feitas a diferentes órgãos do governo, tanto federais como locais. Uma delas, feita em abril à Funai, denunciava a pesca ilegal na região com a participação de um homem conhecido como Pelado,  apontado como um dos assassinos de Bruno e Dom. Para o senador Randolfe Rodrigues, da Rede do Amapá, o estado brasileiro foi omisso. Se tivesse sido tomada alguma previdência, o Dom e o Bruno estavam vivos. As armas teriam sido apreendidas, um operação teria desarticulado o esquema da pesca ilegal, que com essas armas mataram o Dom e o Bruno, estaria presos. Isso aqui é o mais escandaloso. Não tinha 60 dias que foi anunciado que gente ia morrer e o estado brasileiro não fez nada. Já o presidente do Indigenistas Associados, Fernando Vianna, alertou para conexões com o nacotráfico internacional e de armas no Vale do Javari, que faz fronteira com o Peru e a Colômbia.  O Bruno estava atuando como sempre fez quando foi exonerado do cargo. E o Bruno talvez tenha sido a pessoa que percebeu mais rapidamente o que estava em curso e que segue em curso hoje na Funai, que é uma gestão absolutamente comprometida com o contrário do que deveria ser a missão institucional do órgão. O presidente da Comissão de Direitos Humanos, senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, informou que vai cobrar as autoridades que receberam as denúncias e saber as providências que foram tomadas. Já os senadores Fabiano Contarato, do PT do Espírito Santo, e Randolfe Rodrigues pediram a convocação de Geovanio Pantoja, que participou da reunião de forma virtual, apesar de estar em Brasília, o que foi considerado um desrespeito pelos senadores. Ele é o atual Coordenador-Geral de índios Isolados e Recém Contatados da Funai, antigo cargo de Bruno Pereira. Diversas lideranças indígenas participaram da reunião e prestaram solidariedade às vítimas, além de cobrarem a demarcação de terras. Da Rádio Senado, Marcella Cunha