Comitiva de parlamentares ouve indígenas e procurador sobre garimpo ilegal e exploração sexual — Rádio Senado
Reserva Indígena

Comitiva de parlamentares ouve indígenas e procurador sobre garimpo ilegal e exploração sexual

Diligência em Roraima revela falta de repressão ao garimpo ilegal, condições socioeconômicas que levam ao crime e denúncias de exploração sexual. Parlamentares ouviram indígenas e o procurador da República Alisson Marugal sobre violências cometidas no estado.

12/05/2022, 18h48 - ATUALIZADO EM 12/05/2022, 18h48
Duração de áudio: 02:32
Foto: Roberto Stuckert Filho

Transcrição
DOCUMENTO COM RELATOS DE VIOLÊNCIA AOS INDÍGENAS É ENTREGUE À COMITIVA DE PARLAMENTARES NO PRIMEIRO COMPROMISSO EM RORAIMA. INVESTIGAÇÃO SOBRE PROMOÇÃO DO GARIMPO ILEGAL E DENÚNCIAS DE EXPLORAÇÃO SEXUAL SÃO DESTAQUE EM REUNIÃO. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO. Em reunião com organizações indígenas na Procuradoria da República em Roraima, o presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Humberto Costa, do PT de Pernambuco, recebeu do Conselho Indigenista do estado o Memorial de Violências cometidas contra o povo Yanomami. O documento foi entregue no encontro que reuniu outros parlamentares e quando foram relatados casos de violência contra os povos indígenas. Humberto Costa criticou as autorizações informais do governo federal para garimpo nas terras indígenas e apontou que o problema reflete as questões socioeconômicas do país. HUMBERTO COSTA Não há políticas que apoiem o desenvolvimento de uma economia sustentável seja para os indígenas seja para essas pessoas que estão agora desempregadas. Essa é que é a questão principal. O problema não é uma briga entre quem tá desempregado e vai garimpar e o índio, mas é quem financia isso. Nenhum garimpeiro chega lá sozinho. Tem gente graúda por trás. Então tem que ter esse componente denunciado. O procurador da República Alisson Marugal relatou visitas às reservas indígenas onde moradias foram incendiadas e constatadas a exploração sexual de mulheres e as péssimas condições de saúde nos locais. Ele ressaltou a importância da diligência dos senadores e deputados. ALISSON MARUGAL  É importante a vinda dessa comitiva ao estado de Roraima para que possa produzir relatos puros, muito fortes, a respeito das diversas violações e entender as dificuldades dos órgãos locais  em fazer o combate ao garimpo. Coordenadora da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas, a deputada Joenia Wapichana, da Rede Sustentabilidade de Roraima, ressaltou a ausência de repressão ao garimpo nas reservas: JOENIA WAPICHANA A própria Polícia Federal não fica ali na área. Pelo que eu acompanho, faz a operação e depois se retira. E há essa ausência realmente do Estado brasileiro. Garimpo em terra indígena é uma atividade ilegal, portanto é crime e qualquer encorajamento, incentivo, pode ser considerado apologia ao crime. A impunidade acaba que gera essa sensação de que eu posso tudo: os vídeos que circulam nas redes sociais como se nada pudesse afetar uma pessoa que afirma que vive do garimpo ilegal em terras públicas, que são terras indígenas. Procuradora da Mulher no Senado, Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, também se manifestou na reunião. A senadora ressaltou a dívida histórica do país com os povos indígenas e o esforço dos parlamentares da comitiva para trazer ao Congresso Nacional o relato das demandas de Roraima. Da Rádio Senado, Janaína Araújo

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