CPI da Chapecoense ouve funcionária que recebeu o plano de voo da empresa Lamia

Transcrição
A CPI SOBRE A SITUAÇÃO DAS VÍTIMAS E FAMILIARES DO ACIDENTE DA CHAPECOENSE OUVIU NESTA QUINTA-FEIRA A FUNCIONÁRIA DA ADMINISTRAÇÃO DE AEROPORTOS E AVIAÇÃO EM SANTA CRUZ DE LA SIERRA, NA BOLÍVIA, QUE RECEBEU O PLANO DE VOO DA LAMIA. CELIA MONASTÉRIO AFIRMOU QUE ALERTOU SOBRE INCONSISTÊNCIAS NO DOCUMENTO, MAS QUE A RESPONSABILIDADE DE ABORTAR O VOO SERIA DA DIREÇÃO GERAL DE AERONÁUTICA CIVIL DA BOLÍVIA, DA COMPANHIA AÉREA OU DO PILOTO. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO. A boliviana Celia Castedo Monastério foi presa no Brasil em setembro a pedido da justiça de seu País e será extraditada. Ela estava em Corumbá desde 2016 na condição de refugiada, por medo de ser usada como bode expiatório para falhas das autoridades da Bolívia. Ela afirmou ao senador Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal, relator da CPI, que recebeu a documentação do voo e alertou por três vezes o despachante da empresa aérea Lamia sobre inconsistências em relação ao combustível. Mas que ela não podia abortar a decolagem ou adicionar uma parada no caminho, pois isso seria função da Direção Geral de Aeronáutica Civil da Bolívia, da Lamia ou do próprio piloto, que poderia decidir reabastecer no trajeto. Celia: só decisão do piloto e da cia aérea. Toda comissão do voo, as decisões que serão tomadas são decisão dele. Izalci: esse problema era recorrente da lamia? Tem conhecimento disso? Celia: nunca. Em 30 anos nunca me passou uma situação como essa. Mas me informei depois que a Lamia sempre teve esse tipo de problema, isso eu descobri depois. O voo que levava o time da Chapecoense para o primeiro jogo contra o Atlético Nacional pela final da Copa Sul-Americana de 2016 saiu do aeroporto de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, na noite de 28 de novembro. Caiu na madrugada do dia 29, próximo ao aeroporto de Medellin, na Colômbia, por falta de combustível. Ao todo, entre jogadores, tripulação e jornalistas, 71 pessoas morreram no desastre. Da Rádio Senado, Bruno Lourenço.