Senadores cobram de ministro de Minas e Energia redução no preço do combustível
Os senadores cobraram do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, medidas para minimizar o preço dos combustíveis para o consumidor. Para Carlos Fávaro (PSD-MT), a Petrobrás deve reduzir lucros para evitar o repasse do aumento do dólar para o consumidor final. Já José Aníbal (PSDB-SP) pediu explicações sobre a crise energética, após apontar falhas do Governo. O ministro negou possibilidade de apagão, mas acenou para novo aumento no preço da gasolina.
Transcrição
O MINISTRO DE MINAS E ENERGIA, BENTO ALBUQUERQUE, NEGOU A POSSIBILIDADE DE UM APAGÃO NO SETOR ELÉTRICO, MAS ADMITIU NOVA ALTA DE PREÇOS NO COMBUSTÍVEL.
DURANTE AUDIÊNCIA NA COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA, SENADORES ALERTARAM PARA FALHAS DO GOVERNO E COBRARAM MEDIDAS PARA DIMINUIR O PREÇO NAS BOMBAS PARA O CONSUMIDOR. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA
O preço do combustível vai subir ainda mais com a chegada do inverno no hemisfério norte. A afirmação é do Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que participou de audiência conjunta das comissões de Infraestrutura e da Comissão Temporária Externa para averiguar as causas e efeitos da crise hidroenergética. Em 2021, o petróleo já registrou uma alta de 60%. Para tentar conter o avanço dos preços, o Executivo reduziu tributos federais, além de importar energia do Uruguai e da Argentina. Agora o Governo estuda implementar o chamado "colchão tributário", ou seja, uma reserva estabilizadora para ser aplicada quando houver grande volatilidade de preços. Mas, para o senador Carlos Fávaro, do PSD de Mato Grosso, é preciso repensar o próprio modelo de cobrança, já que muitos custos de produção não dependem da alta do dólar.
Será que não é a hora, nessa formação de preço, já que o custo de produção da Petrobrás é em reais, o custo dos nossos trabalhadores, servidores, nós podíamos bancar esse preço para os brasileiiros superar esse momento de crise e não transformarmos isso em dividendos, em lucro como a Petrobrás está tendo, sem sombra de dúvida
Durante a audiência, Bento Albuquerque também negou que o país deva passar por racionamento de energia ou apagão. Segundo ele, o Governo adota desde outubro de 2020 ações para garantir o fornecimento elétrico aos consumidores. Segundo ele, “o governo não poderia prever o futuro” e as medidas foram tomados assim que foi identificado o menor nível de afluência nas bacias dos últimos 90 anos, quando começaram os registros. Bento garantiu que é possível falar em “certa tranquilidade” em relação a 2022. Porém, para o relator da comissão temporária, senador José Aníbal, do PSDB de São Paulo, o Governo falhou ao não ter aumentado, por exemplo, o número de usinas térmicas no fim de 2020 quando já se sabia que os principais reservatórios estavam baixos.
Há um sentimento comum de que houve falhas no planejamento energético brasileiro, que nos colocaram diante de uma situação de emergência. Que tem um impacto muito expressivo na atividade econômica, e também na vida das pessoas. No orçamento doméstico a conta de luz pesa. E as notícias sobre inadimplência são grandes.
Para conter o avanço dos preços, Senado analisa uma proposta que congela o ICMS dos combustíveis. A medida evita que a alta do dólar também eleve o valor do tributo, cobrado em reais. Em março, foi aprovado o projeto da modernização do setor elétrico, que permite a portabilidade da conta de luz entre as distribuidoras. A proposta aguarda análise da Câmara dos Deputados. Da Rádio Senado, Marcella Cunha