Com pedido de indiciamento de Bolsonaro, CPI aprova relatório final — Rádio Senado
CPI da Covid

Com pedido de indiciamento de Bolsonaro, CPI aprova relatório final

Aprovado por 7 votos a 4, o relatório final da CPI da Pandemia recomenda o indiciamento de 78 pessoas e duas empresas. Entre elas o presidente Jair Bolsonaro e o governador do Amazonas, Wilson Lima. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse que a CPI foi um contraponto ao negacionismo e garantiu a vacinação. Já Jorginho Mello (PL-SC) declarou que a Comissão foi omissa quanto à corrupção nos estados e municípios. Renan Calheiros (MDB-AL) disse que a robustez do relatório impedirá qualquer arquivamento dos pedidos de investigação, enquanto o líder do governo, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), lembrou que a Justiça Federal já arquivou pedidos contra Bolsonaro pelos mesmos motivos apontados pela CPI.

26/10/2021, 22h45 - ATUALIZADO EM 26/10/2021, 22h45
Duração de áudio: 04:19
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
APROVADO POR 7 VOTOS A 4, RELATÓRIO FINAL DA CPI DA PANDEMIA TEM 80 INDICIADOS, ENTRE ELES, BOLSONARO E GOVERNADOR DO AMAZONAS. DOCUMENTO SERÁ ENVIADO ÀS AUTORIDADES COMPETENTES. SENADORES ALIADOS ARGUMENTAM QUE A COMISSÃO PERSEGUIU O PRESIDENTE BOLSONARO E SE OMITIU SOBRE CASOS DE CORRUPÇÃO NOS ESTADOS E MUNICÍPIOS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Aprovado por 7 votos favoráveis e quatro contrários, o relatório final da CPI da Pandemia do senador Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, conta com uma lista de 80 indiciados. Além do presidente Bolsonaro, ministros e ex-ministros, servidores e ex-servidores do Ministério da Saúde, senador, deputados federais, empresários e médicos foram acusados de crimes. A comissão ainda responsabilizou o governador do Amazonas, Wilson Lima; e o ex-secretário de Saúde do estado, Marcellus Campêlo, pelo caos em Manaus. O indiciamento do senador Luis Carlos Heinze, do PP gaúcho, por propaganda de medicamentos sem eficácia, acabou retirado na última hora após manifestação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de violação à imunidade parlamentar. Ao comentar as conclusões da CPI, o senador Tasso Jereissati, do PSDB do Ceará, apontou a vacinação em massa e o cancelamento do contrato bilionário com indícios de corrupção. O governo não estava mais sozinho, fazendo o que queria, fazendo todos os males, todos os negacionismos. Esta CPI segurou, controlou aquilo que o governo vinha fazendo sem nenhum tipo de escrúpulo e sem nenhum tipo de contraponto. Nós fomos o contraponto, e deste contraponto poderoso é que nós conseguimos fazer com que, mesmo contra a vontade do governo, contra as ideias do governo, hoje nós tenhamos uma vacinação que é referência no mundo inteiro. Já o senador Jorginho Mello, do PL de Santa Catarina, destacou que a CPI perseguiu o presidente Bolsonaro e ignorou as denúncias de corrupção contra estados e municípios. Essa CPI sempre teve um foco político. Criaram uma narrativa, um enredo para responsabilizar o Presidente Bolsonaro. Enquanto o Presidente disponibilizou mais de 600 bilhões para o combate à pandemia no ano de 2020/2021, aqui era tratado como genocida. Infelizmente, a CPI não moveu um músculo para seguir o caminho da corrupção e do dinheiro. Amazonas, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo, Consórcio do Nordeste, isso não foi correto, essa não dedicação, porque o dinheiro público federal, estadual ou municipal é o mesmo dinheiro, e nós precisamos zelar pelo dinheiro público. Ao afirmar que o relatório aponta a ocorrência de crimes e apresenta as provas, Renan Calheiros disse que o Ministério Público não tem como arquivar os pedidos de investigação, sobretudo, contra Bolsonaro. O caos do governo Jair Bolsonaro entrará para a história como o mais baixo degrau da indigência humana e civilizatória. Reúne o que há de mais rudimentar, infame e sombrio da humanidade: sabotou a ciência, é despreparado, desonesto, caviloso, arrogante, autoritário, com índole golpista, belicoso, mentiroso e agiu como um missionário enlouquecido para matar o próprio povo. O líder do governo, senador Fernando Bezerra Coelho, do MDB de Pernambuco, acredita que o relatório final da CPI será arquivado no que diz respeito às acusações contra o presidente Bolsonaro por falta de provas. Não há elementos jurídicos que sustentem a criminalização do presidente da República. Muitas das tentativas de imputar crimes ao presidente da República se resumem numa coletânea de matérias jornalísticas e não em atos administrativos, decisões ou determinações oficiais. Muitas das imputações aqui trazidas no relatório final já foram alvo de apreciação pela Justiça Federal em primeira instância, e essas imputações já foram refutadas. O relatório final não pode ter natureza de verdadeira sentença. Além da Procuradoria-Geral da República, o relatório final da CPI será enviado para os Ministérios Públicos Federais do Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro, para a Câmara dos Deputados, para a Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos e para o Tribunal Penal Internacional. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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