Médico e paciente da Prevent confirmam denúncias de experimento e retirada de doentes graves da UTI para economizar recursos — Rádio Senado
CPI da Covid

Médico e paciente da Prevent confirmam denúncias de experimento e retirada de doentes graves da UTI para economizar recursos

07/10/2021, 20h13 - ATUALIZADO EM 07/10/2021, 20h13
Duração de áudio: 01:35
Leopoldo Silva/Agência Senado

Transcrição
MÉDICO E PACIENTE DA PREVENT CONFIRMAM DENÚNCIAS DE EXPERIMENTO COM KIT COVID E RETIRADA DE DOENTES GRAVES DA UTI PARA ECONOMIZAR RECURSOS. OPOSIÇÃO VOLTA A APONTAR OMISSÃO DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA E GOVERNISTAS QUESTIONAM VERACIDADE DOS DEPOIMENTOS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Em depoimento à CPI, o paciente da Prevent Senior, Tadeu Andrade, disse que após uma teleconsulta em janeiro recebeu o kit covid sem fazer teste. Diante da piora no quadro, acabou internado e intubado. E declarou que só não morreu porque a família ameaçou a Prevent Senior de recorrer à justiça e à imprensa contra a transferência dele da UTI para uma enfermaria. Tadeu Andrade afirmou que um médico teria telefonado para uma das filhas sugerindo o tratamento paliativo por ser mais digno. No prontuário, constava uma autorização falsa da família e recomendação para sequer reanimá-lo em caso de uma parada cardíaca. As filhas contrataram um médico particular que atestou as condições de recuperação dele e fiscalizou a internação na UTI. Minha família não concorda nessa reunião com o início dos cuidados paliativos, se insurge, ameaça ir à Justiça para buscar uma liminar para impedir que eu saia da UTI e ameaça procurar a mídia. Nesse momento, a Prevent recua e cancela o início do tratamento paliativo, ou seja, eu, em poucos dias, estaria... Eu estaria vindo à óbito e hoje eu estou aqui. Já o doutor Walter Neto confirmou que os médicos foram obrigados a prescrever o kit covid e omitir a participação deles no experimento. Segundo ele, os pacientes não sabiam que o documento assinado se referia a um termo de livre consentimento. Disse inclusive que ao entregar o kit covid orientava a não fazer uso da medicação, apenas das vitaminas. Walter Neto revelou que o “tratamento paliativo” é uma prática da Prevent Senior que já ocorria antes da pandemia. De acordo com ele, já na internação uma segunda equipe desautorizava a internação na UTI ou a realização de exames caros e recomendava “paliar”. No caso, o paciente ficava numa enfermaria sedado no lugar de ser tratado numa UTI com todos os recursos, o que custaria muito mais. Walter Neto disse ainda que enfermeiros faziam atendimento como se fossem médicos e até usavam o carimbo com CRM.  O senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, reforçou a omissão do Conselho Federal de Medicina no caso Prevent Senior. Eu gostaria muito que quem estivesse sentado aí hoje fosse o presidente do CFM para explicar a omissão dele, do Conselho Federal de Medicina,E ele não tomar nenhuma atitude, baseado inclusive na ideia de que o médico tem que ter autonomia. Nessa Prevent Senior não tinha autonomia. Já o senador Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, apontou contradição da CPI sobre a autonomia médica. Ela condena o Conselho Federal de Medicina por ter garantido a liberdade ao médico pe agora acusa esse grupo saúde de tempo prescrito medicamento X. E é um grupo pequeno de médico que está fazendo acusação. A questão é verificar se realmente isso era uma prática. Os senadores defenderam uma regulação dos planos de saúde que tenham hospitais para impedir que o critério econômico prevaleça sobre o da vida.

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