CPI pede explicações ao Ministério da Saúde sobre suspensão de vacinas para menores sem comorbidades — Rádio Senado
CPI da Pandemia

CPI pede explicações ao Ministério da Saúde sobre suspensão de vacinas para menores sem comorbidades

O Ministério da Saúde terá 48 horas para explicar o recuo na vacinação de crianças e adolescentes sem comorbidades. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) acusa o governo de usar uma recomendação da OMS para não admitir a falta de doses. E a CPI remarcou para quarta-feira (22) o depoimento do diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Batista Júnior, sobre denúncias de que o plano de saúde usou pacientes como cobaias na pandemia.

16/09/2021, 13h38 - ATUALIZADO EM 16/09/2021, 17h31
Duração de áudio: 02:56
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Transcrição
MINISTÉRIO DA SAÚDE TERÁ 48 HORAS PARA INFORMAR À CPI DA PANDEMIA SOBRE SUSPENSÃO DE VACINAS PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM COMORBIDADES. REPRESENTANTE DA PREVENT SENIOR, PLANO DE SAÚDE QUE SUBMETEU PACIENTES A EXPERIMENTOS NA PANDEMIA, TEM DEPOIMENTO REMARCADO APÓS AUSÊNCIA NA COMISSÃO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. A pedido do senador Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, o Ministério da Saúde terá 48 horas para explicar o recuo na vacinação de crianças e adolescentes com comorbidades. Ele suspeita que o governo federal não tem imunizantes suficientes e interpretou equivocadamente uma recomendação da Organização Mundial da Saúde para justificar a suspensão das doses para esse público. Se o Ministério da Saúde quer admitir o fracasso de que não tem doses para distribuir para todo mundo, é melhor assim dizê-lo, mas não emitir uma nota dizendo que a OMS não recomenda a vacinação. É importante sabermos eque contexto de resolução da OMS eles se basearam? Porque há uma diferença gigantesca entre não recomendar e não ser prioritário. E se a decisão do Ministério da Saúde é em nenhum momento fazer a vacinação de crianças e adolescentes. Já o diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Batista Júnior, foi reconvocado para a próxima quarta-feira. Alegando desrespeito ao prazo legal de 48 horas, ele não compareceu ao depoimento desta quinta-feira. O médico será ouvido porque a Prevent Senior submeteu os pacientes, sem autorização ou informá-los, a estudos da eficácia do tratamento precoce usados pelo presidente Jair Bolsonaro para defender o uso da cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e ozonioterapia. Segundo denúncias, a Prevent Senior fraudou os resultados ao não testar os pacientes e ao trocar a causa da morte de covid por outros problemas. Os senadores apontaram uma má fé do diretor da Prevent Senior ao recorrer ao Supremo Tribunal com um pedido de habeas corpus sem questionar a data do depoimento. Citando o parecer de juristas já entregue à CPI, eles apontaram que os diretores da Prevent Senior podem ter cometido crime contra a humanidade. Alessandro Vieira, do Cidadania de Sergipe, declarou que documentos revelam uma “situação gravíssima de desrespeito ético” na tentativa de validar a tese da imunidade de rebanho e do tratamento precoce. Utilizaram um hospital e um plano de saúde como campo de teste de estratégias estapafúrdias, enlouquecidas, que não tinham nenhum respaldo científico e tinham a conexão direta com o gabinete da Presidência da República, sob o ponto de vista de divulgação desses dados falsos para validar teorias, pra insistir na cabeça das pessoas de que era possível fazer um tratamento preventivo precoce, que, segundo relatos, até hoje essa instituição promove. A CPI não descarta ouvir os próprios médicos que fizeram as denúncias contra a Prevent Senior e pediu ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo documentos sobre as providências adotadas. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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