Comissão debate programa de apoio a alunos com dislexia — Rádio Senado
Assuntos Sociais

Comissão debate programa de apoio a alunos com dislexia

Comissão de Assuntos Sociais debateu programa de apoio integral para estudantes das redes pública e privada com dislexia e outros transtornos de aprendizagem (PL 3517 / 2019). Especialistas defenderam parcerias com profissionais de saúde e assistentes sociais dentro das escolas para possibilitar identificação precoce das dificuldades dos alunos.

15/09/2021, 15h39 - ATUALIZADO EM 15/09/2021, 15h42
Duração de áudio: 03:25
varzeagrande.mt.gov.br

Transcrição
COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS DEBATE PROGRAMA DE APOIO PARA ESTUDANTES COM DISLEXIA E OUTROS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM. ESPECIALISTAS DEFENDEM PARCERIAS COM PROFISSIONAIS DE SAÚDE DENTRO DAS ESCOLAS PARA POSSIBILITAR IDENTIFICAÇÃO PRECOCE DAS DIFICULDADES DOS ALUNOS. REPÓRTER RAQUEL TEIXEIRA. O projeto em debate na Comissão de Assuntos Sociais prevê a criação de um programa de apoio integral a alunos que apresentem dificuldades de aprendizagem, com transtornos como dislexia ou déficit de atenção e hiperatividade. A proposta também determina que as escolas de educação básica das redes pública e privada tenham acompanhamento de profissionais de saúde e assistentes sociais para ajudarem na identificação precoce das dificuldades dos estudantes. A relatora, senadora Mara Gabrilli, do PSDB de São Paulo, explicou que o objetivo é desenvolver formas de alcançar a potencialidade de cada criança. Há muito tempo as famílias de crianças e adolescentes com esses transtornos clamam pela urgência de uma política concreta, por acesso ao diagnóstico no SUS e ainda para esses estudantes que eles possam receber nas escolas os apoios de acordo com suas características e necessidades. Para o senador Rogério Carvalho, do PT de Sergipe, é preciso acabar com o preconceito contra os medicamentos usados no tratamento dos transtornos de aprendizagem. A gente não pode ter preconceito de nenhum tipo e a gente não pode limitar aquilo que a ciência e aquilo que está à disposição da humanidade para incluir as pessoas. Fabiola Helou é mãe de duas crianças dislexas e defendeu a instrução adequada dos professores. Ninguém aqui vai saber calcular o custo de uma criança ouvir em sala de aula que ela é burra, estúpida, preguiçosa, porque ela não sabe ler. Todas as crianças com dislexia têm sua inteligência intelectual intacta, ou seja, eles têm total condição de aprender, além de ser um direito de todas as crianças a aprendizagem há anos nosso país está falhando em ensiná-los. Contrária ao projeto, Katya de Oliveira, do Conselho Federal de Psicologia, questionou a metodologia atual do diagnóstico precoce e condenou a medicalização da infância. Não há clareza quanto a metodologia de identificação precoce do transtorno, não existe na comunidade científica consenso. Entendemos que há uma necessidade de cuidado para a medicalização da infância e da adolescência. O representante do Ministério da Saúde, Rafael Bernardon, destacou que a ausência de estratégias para tratamento pode trazer diversos problemas no futuro:   Os piores desfechos que podem acontecer com uma criança não tratada, evidentemente são as falhas na alfabetização, na inclusão escolar, mas também comportamentos disruptivos que podem levar a um lado de criminalização, além de aumentar o risco de uso e abuso de drogas. O Ministério da Educação reconheceu a necessidade de estabelecer atendimentos específicos para tratar das singularidades dos educandos com um sistema de parceria entre equipes pedagógicas e de saúde, mas alertou que os distúrbios de aprendizagem não devem ser rotulados como deficiência sob pena de comprometer o desenvolvimento pessoal das crianças. Da Rádio Senado, Raquel Teixeira.

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