Senadores criticam falta de apoio à agricultura familiar e crescimento da insegurança alimentar no país

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SENADORES CRITICAM FALTA DE APOIO À AGRICULTURA FAMILIAR DURANTE PANDEMIA DA COVID-19 E CULPAM GOVERNO PELO CRESCIMENTO DA INSEGURANÇA ALIMENTAR NO PAÍS. PARLAMENTARES DEFENDEM QUE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA E NOVAS REGRAS PARA LICENCIAMENTO AMBIENTAL TAMBÉM DEVEM SER PRIORIDADE DO ESTADO. REPÓRTER RAQUEL TEIXEIRA. Apesar da produção agropecuária estar estimada em R$ 1 trilhão no ano que vem, 20 milhões de brasileiros passam fome e outros 120 milhões convivem com algum grau de insegurança alimentar. O presidente da Comissão de Agricultura, Acir Gurgacz, do PDT de Rondônia, afirmou que esses dados mostram que são insuficientes as medidas do governo para reduzir os impactos sociais na pandemia da covid-19. O senador pediu mais apoio aos produtores rurais. De nada adianta ampliarmos a produção agrícola se o povo não tiver condições de comprar os produtos da cesta básica. Só vamos conseguir acabar com a fome e, ao mesmo tempo, ampliar as exportações se investirmos pesado em infraestrutura e no setor produtivo. O apoio aos pequenos e médios produtores da agricultura familiar tem que ser diferenciado neste momento, pois são eles os responsáveis por 70% dos alimentos que vão à mesa da população brasileira. Para Zenaide Maia, do Pros do Rio Grande do Norte, a agricultura familiar precisa de mais incentivo. E como a gente explicar se somos um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo e termos praticamente 30 milhões com fome? A gente tem uma inflação que é grave, com recessão. Como a cotação do dólar está alta, praticamente o pessoal do agronegócio exporta todo o alimento, e ainda faz com que se aumente o preço mesmo daqueles alimentos – e aí fica a lei da oferta e da procura – da agricultura familiar. O incentivo à agricultura familiar foi tirado praticamente todo. O senador Jayme Campos, do Democratas de Mato Grosso, defendeu mais investimentos em infraestrutura para favorecer o escoamento da produção agrícola. É óbvio e evidente que o básico que tem que haver é infraestrutura, linhas de crédito que favoreçam o cidadão deste País, com juros acessíveis de mercado. Muitas vezes, o cidadão que está precisando desse financiamento para comprar adubo, semente e até mesmo óleo diesel está se sujeitando, talvez, a uma prática de preços caros com os juros que estão sendo cobrados. Os senadores da Comissão de Agricultura também destacaram que a regularização fundiária e as novas regras de licenciamento ambiental precisam ser tratadas como prioridade do governo para darem mais segurança jurídica aos produtores rurais. Da Rádio Senado, Raquel Teixeira.