CPI vai ouvir motoboy que movimentou mais de R$ 117 milhões de prestadora de serviços ao Ministério da Saúde — Rádio Senado
CPI da Pandemia

CPI vai ouvir motoboy que movimentou mais de R$ 117 milhões de prestadora de serviços ao Ministério da Saúde

A CPI da Pandemia ouve nesta terça-feira (31) Ivanildo Gonçalves da Silva, motoboy da VTCLog, que teria movimentado R$ 117 milhões nos últimos dois anos. Na quarta-feira, prestará depoimento o advogado Marcos Tolentino, que, segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), seria sócio oculto do FIB Bank avalista do contrato da Precisa Medicamentos com o Ministério da Saúde. Na quinta-feira, será ouvido o ex-secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo Filho. O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) ressaltou as irregularidades no contrato da Precisa Medicamentos para governo de Brasília são as mesmas verificadas na tentativa de venda da vacina Covaxin.

30/08/2021, 13h25 - ATUALIZADO EM 30/08/2021, 18h56
Duração de áudio: 02:51
Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
A CPI DA PANDEMIA VAI OUVIR MOTOBOY QUE MOVIMENTOU MAIS DE R$ 117 MILHÕES DE EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS AO MINISTÉRIO DA SAÚDE. TAMBÉM PRESTAM DEPOIMENTO ADVOGADO LIGADO AO LÍDER DO GOVERNO NA CÂMARA E EX-SECRETÁRIO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.  Os integrantes da CPI da Pandemia começam a semana na terça-feira com o depoimento de Ivanildo Gonçalves da Silva. Segundo relatórios do Coaf, Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o motoboy da VTCLog, prestadora de serviço de logística do Ministério da Saúde, movimentou de forma suspeita R$ 117 milhões nos últimos dois anos. Ele teria feito saques em dinheiro que superam R$ 4,7 milhões.  Em entrevista ao Jornal de Brasília, o motoboy confirmou as retiradas e disse que fez depósito na conta de pessoas que não conhece. Na quarta-feira, prestará depoimento o advogado Marcos Tolentino. Segundo o senador Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, Marcos Tolentino seria sócio oculto do FIB Bank, que, apesar de não ser um banco, concedeu uma carta fiança no valor de R$ 81 milhões para a Precisa Medicamentos no contrato com o Ministério da Saúde destinado à venda da covaxin. Randolfe Rodrigues destacou a proximidade de Marcos Tolentino com o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros, do PP do Paraná, também investigado na CPI após o deputado federal Luis Miranda ter denunciado irregularidades na compra da vacina indiana. Quem é o verdadeiro sócio do presidente do FIB Bank é o senhor Marcos Tolentino. Ele foi trazido para o depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito do seu Ricardo Barros pelo depoente. Ele estava presente lá, tem relação íntima e próxima com o seu Ricardo Barros. Então, a relação, o tráfico de influência do deputado líder do Governo na Câmara, me parece que está patente em vários momentos. Na quinta-feira, prestará depoimento o ex-secretário de Saúde do Distrito Federal, Franciso Araújo Filho, que chegou a ser preso na Operação Falso Negativo no ano passado. O senador Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal, ressaltou que a CPI poderá ouvi-lo pelo envolvimento com a Precisa Medicamentos, um dos focos das investigações da Comissão. A presença dele, diferente dos demais secretários de estado, é porque aqui houve a Operação da Precisa. O modus operandi aqui do Distrito Federal é exatamente o mesmo que aconteceu no Ministério da Saúde. Então, aqui houve a Operação Falso Negativo. O GDF chegou a comprar testes 10 vezes mais caro do que o Sesc comprou.  E o pior é que entregaram um produto de teste que não valia nada, que já estava sendo recolhido no mundo todo pela sua eficácia. As investigações da Polícia Civil do Distrito Federal apontam para um prejuízo de R$ 10 milhões para os cofres públicos. Essa é a terceira tentativa da CPI de ouvir o ex-secretário de Saúde, Francisco Araújo Filho. Ele já conseguiu adiar o depoimento duas vezes. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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