Senadores criticam evento militar em dia de decisão sobre o voto impresso — Rádio Senado
Desfile de tanques

Senadores criticam evento militar em dia de decisão sobre o voto impresso

Diversos senadores condenaram o desfile de tanques de guerra na Esplanada dos Ministérios nesta terça-feira (10), dia previsto para a votação da PEC do voto impresso na Câmara dos Deputados. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) o evento militar mostra a fraqueza de um presidente acuado pelas investigações de corrupção. Já Izalci Lucas (PSDB-DF) cogitou que a votação tenha sido marcada para a mesma data do desfile e não o contrário. Alessandro Vieira (CIDADANIA-SE) procurou a Justiça para impedir o desfile mas a ação foi indeferida.

10/08/2021, 13h16 - ATUALIZADO EM 10/08/2021, 13h16
Duração de áudio: 02:30
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
DIVERSOS SENADORES CONDENARAM O DESFILE DE TANQUES MILITARES EM FRENTE AO CONGRESSO NACIONAL NO MESMO DIA DA DELIBERAÇÃO SOBRE O VOTO IMPRESSO. ELES CLASSIFICARAM O EVENTO COMO TENTATIVA DE INTIMIDAR OS PARLAMENTARES E DEMONSTRAÇÃO DE FRAQUEZA DO GOVERNO. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA Senadores criticaram o desfile de blindados da Marinha na Esplanada dos Ministérios no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados deve decidir sobre a proposta do voto impresso, uma das principais pautas do governo. Para o presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz, do PSD do Amazonas, se trata de um ataque frontal à democracia que precisa ser repudiado. Bolsonaro imagina, com isso, estar mostrando força, mas, na verdade, está evidenciando toda a fraqueza de um presidente acuado pelas investigações de corrupção, inclusive desta CPI. Não haverá voto impresso, não haverá nenhum tipo de golpe conta a nossa democracia. As instituições, Congresso à frente, não deixarão que isso aconteça.  O senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, declarou que se trata de uma tentativa de intimidação do Parlamento já que, apesar dos desfiles militares acontecerem em ocasiões especiais, esse trajeto nunca foi feito. É verdade que essa operação acontece há muitos anos, mas, em nenhuma vez, nós tivemos a passagem de tanques e lança-foguetes pela frente do Congresso Nacional, pela frente do Supremo Tribunal Federal, especialmente em momentos relevantes como este em que há um debate político, um debate parlamentar. Já Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal, cogitou a possibilidade de que a votação tenha sido agendada para o mesmo dia do desfile, e não o contrário. Segundo o senador, as Forças Armadas não agem no improviso. Uma matéria que foi votada na Comissão Especial, que foi derrotada por 23 a 11 e aí depois é pautada no Plenário exatamente no mesmo dia deste evento, não é coincidência. Então, eu sinceramente gostaria muito de saber por que a Câmara agendou exatamente para o mesmo dia, porque, pode ter certeza, as Forças Armadas já tinham agendado isso. O senador Alessandro Vieira, do Cidadania de Sergipe, chegou a acionar a Justiça para  tentar impedir a realização do que chamou de “exibição vazia do poderio militar” com recursos públicos. A juíza de primeira instância entendeu que a atribuição era do Supremo, o Supremo entendeu que era do STJ e nesse mio tempo os tanques já passaram. É uma demonstração vazia de poder. É uma coisa teatral em um momento inadequado em desrespeito aos próprios brasileiros. A ação popular apresentada por Alessandro Viera foi indeferida pela Justiça.

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