Ex-assessor de Pazuello nega participação em negociações por vacinas e diz que politização atrapalhou — Rádio Senado
CPI da Pandemia

Ex-assessor de Pazuello nega participação em negociações por vacinas e diz que politização atrapalhou

Na condição de assessor do ex-ministro Eduardo Pazuello, Airton Soligo disse que atuou na articulação política e negou participação na compra de insumos, incluindo vacinas. Sem citar o presidente Jair Bolsonaro, ele disse que a politização atrapalhou a compra de vacinas. 

05/08/2021, 19h14 - ATUALIZADO EM 05/08/2021, 19h14
Duração de áudio: 03:21
Leopoldo Silva/Agência Senado

Transcrição
À CPI DA PANDEMIA, EX-ASSESSOR DE PAUZELLO DIZ QUE A POLITIZAÇÃO COMPROMETEU A COMPRA DE VACINAS. OPOSIÇÃO DIZ QUE HOUVE PREVARICAÇÃO. JÁ GOVERNISTAS RESSALTAM EMPENHO NA LIBERAÇÃO DE INSUMOS DURANTE A PANDEMIA. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Convidado pelo ex-ministro Eduardo Pazuello pela amizade desde 2018, Airton Soligo disse que atuou na articulação política do Ministério da Saúde de junho do ano passado a março deste ano. Relatou que costumava “desburocratizar” os pedidos de parlamentares, governadores e prefeitos relacionados à pandemia, a exemplo da liberação de respiradores. Mas negou participação na compra de insumos, incluindo vacinas, ao ressaltar que a Secretaria-Executiva centralizou todas essas negociações. Também conhecido por Airton Cascável, declarou que a politização atrapalhou a aquisição de imunizantes. Ele foi o responsável por reunir governadores no dia em que Pazuello anunciou a compra da coronavac, que foi cancelada no dia seguinte por ordens do Palácio do Planalto. Sem citar o nome do presidente Bolsonaro, Airton Soligo lamentou o atraso da vacinação por disputas políticas. Fui mandado para São Paulo na função de interlocutor. Nos reunimos numa relação com a equipe do ministério para tratar dessa aproximação necessária, porque era necessário. Naquele momento, nós precisávamos de vacina, e o Butantan tinha 6 milhões de vacinas. Construir esse diálogo, retornar esse diálogo, para que isso viesse a acontecer. Ainda no depoimento, Airton Cascável negou superpoderes apesar de ser apontado como ministro de fato ou secretário-executivo por receber políticos e atuar a favor dos pedidos voltados para a pandemia. Ao indicar falhas do Ministério da Saúde neste período, a senadora Eliziane Gama, do Cidadania do Maranhão, ponderou que o ex-assessor foi omisso. O senhor era conhecido pela representação política como se o senhor fosse um vice-ministro, ou seja, o senhor era a segunda pessoa do Ministério.  Em todos os momentos em que o TCU faz um levantamento dessa política, há claramente falhas. E o senhor estava lá, Sr. Airton, exatamente como uma função estratégica. Por isso que eu não consigo entender o que que o senhor fazia lá. Ou seja, para mim me vem um entendimento de uma certa prevaricação da sua parte. Já o líder do governo, senador Fernando Bezerra Coelho, do MDB de Pernambuco, fez questão de destacar que o ex-assessor se empenhou para atender aos pedidos dos estados e municípios na pandemia. Queria fazer um registro da atuação que ele teve à frente do Ministério da Saúde, sobretudo, na interlocução com governadores e com prefeitos. Eu quero dar o testemunho da dedicação e do empenho em procurar atender, nos momentos mais críticos da pandemia, as demandas que nós encaminhávamos ao Ministério da Saúde em socorro aos prefeitos e aos governadores. Ao explicar o processo judicial por atuar por dois meses como servidor público antes da nomeação, Airton Soligo negou irregularidades. Disse que a burocracia e a própria Casa Civil atrasaram a contratação efetiva.  Sobre as visitas a Manaus nos momentos de crise, disse que levou ao então ministro relatos da gravidade da situação. Mas reforçou que não tinha a função de gestor. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

Ao vivo
00:0000:00