CPI reage e vai à Justiça contra inquérito da PF — Rádio Senado
CPI da Covid

CPI reage e vai à Justiça contra inquérito da PF

A direção da CPI da Pandemia vai recorrer contra a abertura de um inquérito pela Polícia Federal para investigar suposto vazamento de informações. O vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) anunciou ainda uma representação contra o ministro da Justiça e o diretor-geral da PF. Já o senador Marcos Rogério (DEM-RO) alertou para vazamentos seletivos de informações sigilosas na CPI.

04/08/2021, 21h06 - ATUALIZADO EM 04/08/2021, 21h06
Duração de áudio: 03:09
Leopoldo Silva

Transcrição
A CPI DA PANDEMIA VAI RECORRER AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONTRA A ABERTURA DE INQUÉRITO DA POLÍCIA FEDERAL PARA INVESTIGAR SUPOSTO VAZAMENTO DE INFORMAÇÕES. SENADORES DA OPOSIÇÃO ARGUMENTAM QUE O GOVERNO ESTÁ TENTANDO IMPEDIR AS INVESTIGAÇÕES. ALIADOS DO PLANALTO ALERTAM PARA DIVULGAÇÃO DE DADOS SIGILOSOS DE FORMA SELETIVA. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. A direção da CPI da Pandemia solicitou que a Advocacia do Senado entre com um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal para anular a abertura de um inquérito pela Polícia Federal destinado a investigar suposto vazamento de informações. O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, anunciou ainda uma representação contra o ministro da Justiça, Anderson Torres, e contra o diretor-geral da PF, Paulo Maiurino, por crime contra a CPI. Ele afirmou que o governo tem usado todo o aparato para impedir as investigações, que, além da omissão no combate à pandemia, agora revelam indícios de corrupção no Ministério da Saúde. Salta aos olhos, Sr. Presidente, que outros inquéritos com roubalheira no Ministério da Saúde não são abertos. Salta aos olhos este inquérito ser aberto logo depois de o Senador Marcos Rogério, nesta Comissão, ter falado de eventual vazamento, salta aos olhos. Não é essa a Polícia Federal que honra o País. E eu tenho confiança na Polícia Federal. E nós desta Comissão não aceitaremos a utilização política para tentar intimidar o funcionamento desta Comissão Parlamentar de Inquérito.    Mas o senador Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, alertou para a gravidade do vazamento de informações sigilosas. Isso é um episódio de vazamento seletivo de informações. É isso? Ou não? Houve um hackeamento aos sistemas da CPI! Isso é grave! É muito grave! Ou realmente existe um gabinete digital paralelo auxiliando o Relator desta CPI. E o mais grave, tendo acesso a documentos sigilosos? Na mesma sessão, o senador Rogério Carvalho, do PT de Sergipe, denunciou uma suposta alteração de documentos por parte da Polícia Federal relacionados ao depoimento do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. E destacou que militares estão espionando parlamentares da oposição.  Este fato é gravíssimo e, como disse, pode sinalizar a utilização de instituições de Estado brasileiro para o aparamento de grupos cujos interesses não se coadunam com os objetivos da Nação, conforme inscritos na Constituição. Soma-se a este fato a denúncia feita por mim ontem neste plenário da missão enviada ao meu estado de Sergipe pelo ministro da Defesa para bisbilhotar a minha vida. A direção da CPI vai notificar a Polícia Federal após analisar as diferentes versões dos documentos. O presidente da comissão, senador Omar Aziz, do PSD do Amazonas, declarou que o governo tem demorado a enviar informações solicitadas numa tentativa de obstruir as investigações. Mas avisou que a CPI vai continuar com os trabalhos apesar das dificuldades e ameaças. Ele já solicitou ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, providências quanto a denúncias de espionagem aos senadores por parte de militares. Já o senador Otto Alencar, do PSD da Bahia, defendeu uma resposta do presidente do Congresso Nacional aos ataques sofridos pela CPI. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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