Em protesto por declarações de Bolsonaro contra vacina, senadores deixam sessão da CPI

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LOC: MÉDICOS DEFENSORES DO TRATAMENTO PRECOCE ARGUMENTAM QUE VACINA NÃO É A ÚNICA SAÍDA PARA A PANDEMIA. LOC: EM PROTESTO CONTRA DECLARAÇÕES DE BOLSONARO, RELATOR E OUTROS SENADORES SE RETIRARAM DA SESSÃO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. TÉC: Ao pedirem que a pandemia seja despolitizada, os médicos Ricardo Zimerman e Francisco Alves rebateram as críticas da falta de estudos sobre os medicamentos do chamado kit-covid. Segundo eles, as evidências têm sido mostradas em testes em diferentes países e no próprio consultório. Os dois especialistas defenderam a autonomia médica para a prescrição de mais de 20 remédios para a covid-19. O infectologista Francisco Alves ressaltou a necessidade de um tratamento inicial para impedir a evolução da doença. (Francisco) Não existe tratamento precoce, existe tratamento. Nenhum médico espera um câncer ficar do tamanho de um abacate para propor um tratamento para o cidadão. Eu não espero um paciente com dor no peito infartar para poder propor um tratamento. A gente tenta iniciar o tratamento assim que descobre que o cidadão está doente. Então, esse termo "tratamento precoce", que acabou surgindo, para tentar identificar que o tratamento deveria ser o mais cedo possível, diante dos sinais de sintomas. Sabemos que estamos com a razão. Estamos salvando vidas. A nossa experiência e observação é de milhares de vidas salvas. REP: Ricardo Zimerman destacou que todos os medicamentos devem ser prescritos por um médico. (Ricardo) É fundamental que os fármacos sejam prescritos por um médico e haja o acompanhamento, porque algumas dessas drogas têm doses letais, e cloroquina é um exemplo clássico. As pessoas podem morrer envenenadas pela cloroquina, e, infelizmente, isso não é difícil de acontecer. Então, é uma catástrofe uma administração de dose errada. Não pode. As outras medicações têm um perfil de dose máxima melhor tolerado. A gente não conhece doses letais para muitas delas. REP: Os dois médicos defenderam a vacinação, mas ponderam que não é a única forma de combate ao novo coronavírus. Em protesto contra declarações do presidente Jair Bolsonaro, o relator da CPI, Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, e outros senadores decidiram não participar da sessão. (Renan) Chegamos a quase meio milhão de mortes pela covid no Brasil. Nós tivemos, ontem, a continuidade criminosa da defesa da imunização do rebanho, do desdém com a eficácia da vacina. Isso é a reiteração do crime. Um presidente da República não pode chegar à tamanha irresponsabilidade. Os brasileiros estão morrendo. REP: O senador Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, avalia que a ausência dos colegas compromete a apresentação de um relatório imparcial. (Marcos) A ausência do relator e dos demais membros da oposição nesta CPI vai desqualificar o relatório quando for apresentado, porque, para emitir um juízo de valor sob determinada matéria, você precisa colher provas, analisar essas provas, submetê-las ao contraditório. É o devido processo. Mas, quando optam, escolhem, agir como agiram, perde-se a imparcialidade para a condução do inquérito. E aqui nós estamos diante de uma CPI, Comissão Parlamentar de Inquérito. O delegado não escolhe as provas. O procurador não pode escolher. REP: O senador Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, pediu a convocação de representantes do Facebook e do Youtube para explicarem a exibição de vídeos do presidente da República com declarações contrárias as da ciência sobre a pandemia. Da Rádio Senado, Hérica Christian.