Senadores divergem sobre omissão de Bolsonaro na gestão da pandemia — Rádio Senado
CPI da Pandemia

Senadores divergem sobre omissão de Bolsonaro na gestão da pandemia

A CPI da Pandemia completou um mês de trabalho com a realização de 14 reuniões sendo onze de depoimentos. Entre as testemunhas ouvidas estão os ex-ministros da Saúde e diretores da Anvisa e do Instituto Butantan. Para o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), há elementos para responsabilizar o presidente da República por omissão. Mas o senador Marcos Rogério (DEM-RO) negou a existência de provas ao citar as ações do governo federal no enfrentamento à pandemia. Os integrantes da CPI aprovaram mais de 700 requerimentos e já receberam mais de 500 documentos para auxiliarem nas investigações. 

28/05/2021, 13h15 - ATUALIZADO EM 28/05/2021, 13h15
Duração de áudio: 02:29
Marcos Brandão/Senado Federal

Transcrição
LOC: EM UM MÊS DE TRABALHO, A CPI PANDEMIA JÁ OUVIU NOVE DEPOENTES, ENTRE ELES, OS EX-MINISTROS DA SAÚDE, APROVOU CENTENAS DE REQUERIMENTOS E RECEBEU MAIS DE QUINHENTOS DOCUMENTOS. LOC: A OPOSIÇÃO CONSIDERA QUE JÁ ELEMENTOS PARA RESPONSABILIZAR O GOVERNO POR OMISSÃO, MAS GOVERNISTAS CITAM TODAS AS AÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, A EXEMPLO DA COMPRA DE VACINAS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN (Repórter) Instalada no dia 27 de abril, a CPI da Pandemia completou um mês de funcionamento com três dias de trabalho por semana. Nesse período, os senadores ouviram o depoimento de três ex-ministros da Saúde: Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello e do atual ocupante da pasta, Marcelo Queiroga. Também foram ouvidos o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo; o ex-secretário Especial de Comunicação da Presidência da República, Fábio Wajngarten; a secretária do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro; o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres; o executivo da Pfizer, Carlos Murillo e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas. Ao comentar as respostas dos depoentes, o senador Fabiano Contarato, da Rede Sustentabilidade do Espírito Santo, avalia que há provas da omissão do governo federal no enfrentamento à pandemia. (Fabiano Contarat) A digital do presidente da República, do ministro da Saúde, do Secom, do ministro das Relações Exteriores, elas estão nestas mortes. Se ele agiu de forma intencional, que seria o chamado dolo direto? Não necessariamente porque o legislador no artigo 18 colocou “ou assumiu o risco de produzir o resultado”. E o presidente da República acreditando na imunização por rebanho, ele assumiu o risco de produzir estas mortes e ele deve responder por estas mortes. (Repórter) Ao citar o repasse de dinheiro para estados e municípios, a contratação de UTIs e a compra de insumos e vacinas, o senador Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, rebateu a existência de provas contra o presidente da República. (Marcos Rogério) Do ponto de vista da coleta de dados e provas para caracterizar até este momento algum cometimento de crime, conduta dolosa, não há como fazer este tipo de afirmação. Em relação à questão de um ponto ou outro de erros cometidos aqui ou acolá, é natural que aconteça porque você está diante de um problema complexo, de um vírus que se espalhou muito rapidamente, nenhum governo estava preparado para isso. Mas hoje estamos mais avançados. (Repórter) Neste um mês de funcionamento da CPI da Pandemia, os senadores aprovaram 702 requerimentos, entre convocações e pedidos de informações, e receberam mais de 500 documentos solicitados a diversos órgãos públicos para auxiliarem nas investigações.

Ao vivo
00:0000:00