Comissão da Covid-19 debate dificuldades da educação pública devido à pandemia
O abismo entre estudantes das redes pública e privada vai aumentar por conta da redução de aulas presenciais? O que o governo federal está fazendo para facilitar o ensino a distância? Esses questionamentos foram feitos pelo senador Styvenson Valentim (Podemos-RN) ao ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, em reunião da CT-Covid.
Transcrição
LOC: O ABISMO ENTRE ESTUDANTES DAS REDES PÚBLICA E PRIVADA VAI AUMENTAR POR CONTA DA REDUÇÃO DE AULAS PRESENCIAIS? O QUE O GOVERNO FEDERAL ESTÁ FAZENDO PARA FACILITAR O ENSINO A DISTÂNCIA?
LOC: ESSES QUESTIONAMENTOS FORAM FEITOS AO MINISTRO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM REUNIÃO DA COMISSÃO TEMPORÁRIA DO SENADO QUE ACOMPANHA AS AÇÕES DE COMBATE À PANDEMIA. A REPORTAGEM É DE BRUNO LOURENÇO:
(Repórter) Styvenson Valentim, senador do Podemos do Rio Grande do Norte, diz que, se na rede privada de ensino as aulas online acabaram acontecendo, na rede pública o cenário foi outro. Sem acesso à internet e com diferenças regionais, professores e estudantes muitas vezes tiveram que improvisar ou diminuir conteúdo. Styvenson Valentim manifestou preocupação com esse abismo que pode aumentar no ensino brasileiro.
(Styvenson Valentim) A gente está com um abismo de quase dois anos, em que alunos de escolas públicas não têm chip, não têm computador, não estão assistindo à aula, não têm condições. O Governo Federal não teria como promover aulas por vídeo a distância, pela televisão, uma vez que nem todo mundo tem internet? Eu vi isso acontecer durante o Enem. Foi por curto tempo, mas aconteceu.
(Repórter): O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, afirmou que quando a pasta ainda respondia pela parte de comunicações, criou redes para levar internet às escolas. E citou um decreto que facilitou o uso da tv digital para o ensino a distância.
(Marcos Pontes) E, para isso, nós criamos a multiprogramação; foi um decreto que eu lancei, no ano passado, de que as televisões, os canais poderiam separar os seus canais em quatro canais, subcanais; um deles, ou três outros, um para a programação normal e os outros três poderiam ser utilizados para a educação, para a ciência ou para a saúde. E isso foi mantido, foi ampliado, foi prorrogado, agora, lá no Ministério das Comunicações. Então, eu espero que isso se mantenha.
(Repórter): Um estudo indicou que o impacto na aprendizagem causado pela pandemia da covid-19 foi maior entre os estudantes mais jovens. Alunos da quinta série do Ensino Fundamental da rede pública de São Paulo tiveram notas piores com a mudança para o ensino remoto do que os do nono ano e do terceiro ano do ensino médio. Da Rádio Senado, Bruno Lourenço.