Pazuello nega ter recomendado cloroquina e ingerência de Bolsonaro na condução da pandemia — Rádio Senado
CPI da Pandemia

Pazuello nega ter recomendado cloroquina e ingerência de Bolsonaro na condução da pandemia

Mesmo protegido por habeas corpus, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello respondeu às perguntas dos senadores. Negou ingerências do presidente Bolsonaro, demora na compra de vacinas e recomendação do uso de cloroquina. Afirmou que agiu prontamente quando soube da falta de oxigênio em Manaus e responsabilizou a secretária do Ministério da Saúde, Mayra Teixeira, pelo aplicativo Trate-Cov. O senador Eduardo Braga (MDB-AM) disse que Pazuello soube no dia 7 a crise do oxigênio e só enviou os cilindros no dia 24.

19/05/2021, 19h38 - ATUALIZADO EM 19/05/2021, 19h38
Duração de áudio: 03:27
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
LOC: EX-MINISTRO DA SAÚDE NEGA RECOMENDAÇÃO DE CLOROQUINA E INGERÊNCIA DO PRESIDENTE BOLSONARO NA CONDUÇÃO DA PANDEMIA. LOC: SENADORES APONTAM OMISSÃO DO GOVERNO FEDERAL NA CONDUÇÃO DA CRISE EM MANAUS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN TEC: (0519D10 Hérica T: 3’23”) Apesar do habeas corpus, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, respondeu às perguntas dos senadores e negou que o presidente Jair Bolsonaro tenha o “desautorizado” ou “orientado”. Disse que deixou o cargo por missão cumprida após quase um ano. O general se manifestou favoravelmente às medidas preventivas, como uso de máscaras e isolamento social, mas contrário ao fechamento do comércio como uma regra geral. Pazuello afirmou que o contrato com a Pfizer só foi fechado neste ano após a liberação da Anvisa e a aprovação de uma lei para autorizar o governo a assumir a responsabilidade civil. Mas não explicou porque não pediu a votação do projeto antes de março. O ex-ministro da Saúde alegou que a escolha pela menor cota de vacinas pelo consórcio Covax Facility ocorreu pela falta de uma previsão de entrega e pelo preço 3 vezes maior. E disse não ter recuado na compra da coronavac após presidente Bolsonaro desautorizá-lo publicamente porque o contrato não tinha sido assinado com o Butantan. Eduardo Pazuello também negou a prescrição de cloroquina ao afirmar que o Ministério da Saúde se limitou a publicar uma nota técnica após manifestação do Conselho Federal de Medicina pela autonomia médica. (Pazuello) Seguindo o Conselho, colocamos da seguinte forma: “médicos se decidirem prescrever os seguintes medicamentos que sendo usados off label, atenção para a dosagem e atenção não usem na fase final porque está comprovada que não é a melhor forma de usar”. Isso daí era o mínimo que poderia fazer ou estaria prevaricando. O que o Ministério da Saúde era só isso. REP: O ex-ministro da Saúde disse que agiu quando soube da falta de oxigênio em janeiro e que teria durado 3 dias por baixa no estoque da empresa fornecedora. O senador Eduardo Braga, do MDB do Amazonas, no entanto, disse que o governo federal foi informado da crise no dia 7 e só enviou cilindros no dia 24. (Braga) Não faltou oxigênio no Amazonas apenas 3 dias, pelo amor de Deus. Faltou oxigênio na cidade de Manaus por mais de 20 dias. É só ver o número de mortos. É só ver o desespero das pessoas tentando chegar ao oxigênio. Não é possível. (Não são os dados que estão comigo). Vossa Excelência não pode deixar de dizer que não conhece isso. O senhor estava lá. O senhor assistiu com seus olhos os brasileiros amazonenses morrerem por falta de oxigênio. (Eu estava lá) REP: Eduardo Pazuello disse que o TrateCov, um aplicativo para médicos prescreverem medicamentos sem eficácia comprovada, foi uma iniciativa da secretária Mayra Pinheiro num teste feito apenas em Manaus, em janeiro. Segundo ele, a plataforma foi retirada do site do Ministério da Saúde após clonagem. O depoimento de Pazuello será retomado nesta QUINTA-FEIRA devido às votações do Plenário e à lista de 23 senadores para fazerem perguntas. Apesar de ter passado mal e ter sido atendido pelo senador Otto Alencar, do PSD da Bahia, que é médico, o general se colocou à disposição para continuar a oitiva. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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