CPI da Pandemia: ministro da Saúde diz que definirá protocolos de tratamento e intubação — Rádio Senado
Comissão Parlamentar de Inquérito

CPI da Pandemia: ministro da Saúde diz que definirá protocolos de tratamento e intubação

Em depoimento à CPI da Pandemia, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, evitou comentar declarações do presidente Jair Bolsonaro ao afirmar que caberá à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) definir protocolos de tratamento da covid -19, incluindo o uso de cloroquina e o isolamento social. Ele anunciou a compra de vacinas e insumos, além de transferências para estados e munícipios. Diversos senadores, a exemplo de Eduardo Braga (MDB-AM), criticaram a demora de mais de um ano para o estabelecimento de condutas, incluindo a de intubação. Ao citar os feitos do governo, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) disse que essa CPI não é a da cloroquina para responsabilizar o presidente da República.

06/05/2021, 20h19 - ATUALIZADO EM 06/05/2021, 20h19
Duração de áudio: 04:20
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: MINISTRO DA SAÚDE DIZ À CPI DA PANDEMIA QUE COMITÊ DE ASSESSORAMENTO DECIDIRÁ SOBRE USO DA CLOROQUINA E OUTROS REMÉDIOS CONTRA A COVID-19. LOC: OPOSIÇÃO APONTA AÇÕES DELIBERADAS DE BOLSONARO CONTRA A PANDEMIA E GOVERNISTAS CITAM INVESTIMENTOS E ALEGAM QUE DEMORA DA VACINA SE DEVE AO ATRASO DOS LABORATÓRIOS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN TÉC: Em depoimento à CPI da Pandemia, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, evitou comentar declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a pandemia mesmo defendendo o uso de máscaras e a vacinação. Ele negou pressões sobre as decisões do Ministério, disse que montou uma equipe técnica e citou as medidas adotadas, como a compra de insumos. Marcelo Queiroga argumentou que o agravamento da pandemia se deve a uma falta de estrutura do sistema público de saúde e à demora na entrega das vacinas compradas. Ao negar a existência de um assessoramento paralelo, o ministro da Saúde disse desconhecer um decreto citado por Bolsonaro para proibir o isolamento social, conforme questionou o relator, senador Renan Calheiros, do MDB de Alagoas. (Queiroga/Renan) Eu não tenho que fazer juízo de valor a respeito do decreto. Se o senhor quer que concorde ou não, o senhor está querendo um juízo valor. Estou querendo saber. O que o presidente falou comigo acerca deste tema foi assegurar a liberdade das pessoas. Assegurar a liberdade das pessoas eu concordo. REP: Marcelo Queiroga evitou se posicionar sobre o isolamento social, embora seja contrário ao lock down. Ele anunciou a compra de testes rápidos para adotar a quarentena apenas para os casos suspeitos. O ministro da Saúde também se recusou a responder às perguntas sobre o tratamento precoce, sobretudo a prescrição da cloroquina. Segundo ele, caberá à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do Sistema Único de Saúde definir todos os protocolos de tratamento na pandemia, incluindo o isolamento. (Queiroga) Uma corrente é contrária ao uso desse medicamento para tratamento precoce. Outra corrente defende o tratamento precoce. Essa questão precisa de um posicionamento técnico. Existe na Lei 8080 a previsão da Conitec que elabora os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas. Essa decisão tem que ser avaliada quanto ao mérito da qualidade da evidência científica e em relação a questões econômicas de incorporação de tecnologias. Essa questão é colocada em consulta pública. REP: Diversos senadores, incluindo Eduardo Braga, do MDB do Amazonas, lamentaram que o Ministério da Saúde ainda não tenha definido os protocolos da covid, citando a política de imunidade de rebanho adotada não oficialmente pelo governo. (Braga) Os hospitais de ponta do Brasil já definiram um protocolo. No início dessa doença era justo que não se tivesse um protocolo e que tentasse todas as experiências. Mas agora depois de um ano dois os meses e 10 dias já é tempo suficiente para que o Conitec possa apresentar os estudos e apresentar definitivamente ao ministro da Saúde ao povo brasileiro um protocolo para salvar vidas. REP: Os aliados destacaram as respostas do ministro da Saúde sobre os investimentos do governo federal, com gastos de mais de R$ 120 bilhões, compras de insumos e transferências para estados e municípios, além da aquisição das vacinas. E citaram que o governo comprou as vacinas que não chegaram ainda por atraso dos laboratórios. O senador Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, reclamou da estratégia da oposição de confirmar com o ministro da Saúde os gastos com a cloroquina mesmo sem evidências científicas. (Marcos Rogério) Não é possível que essa CPI atue para praticar o reducionismo de transformar essa tragédia mundial como um problema simplório que possa ser explicado pelo uso ou não de cloroquina por exemplo. Isso é simplesmente ridículo. Não podemos transformar essa CPI em CPI da cloroquina. O problema é amplo e complexo e assim deve ser tratado. REP: Ainda na CPI, o ministro da Saúde citou uma atuação conjunta com diversos Ministérios, entre eles, o das Relações Exteriores em busca de vacinas. E anunciou a realização de campanhas para o uso de máscaras e distanciamento social. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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