Em audiência, consumidores criticam alta de medicamentos — Rádio Senado
Congelamento dos preços

Em audiência, consumidores criticam alta de medicamentos

O Senado discutiu a necessidade da proibição do reajuste de medicamentos durante a emergência de saúde pública no país. Representantes dos consumidores reclamam da alta dos preços de remédios. E o Sindicato de Produtos Farmacêuticos defende aumento anual previsto em lei. 

14/04/2021, 15h32 - ATUALIZADO EM 14/04/2021, 15h32
Duração de áudio: 02:49
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
LOC: SENADO TEM SESSÃO TEMÁTICA PARA DEBATER A SUSPENSÃO DO REAJUSTE DOS PREÇOS DE MEDICAMENTOS DURANTE A PANDEMIA. LOC: SINDICATO DOS PRODUTOS FARMACÊUTICOS DEFENDEU O CUMPRIMENTO DA LEI QUE GARANTE A CORREAÇÃO DOS REMÉDIOS UMA VEZ POR ANO. REPÓRTER RAQUEL TEIXEIRA. (Repórter) O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, aponta que 30% do orçamento familiar bancam despesas relacionadas à saúde, como o pagamento de tratamentos médicos, planos de saúde e compra de medicamentos. Pelo agravamento da pandemia, o representante do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, Matheus Zuliane, defendeu o congelamento dos preços dos remédios. (Matheus Zuliane) Também existe, além de uma pressão sobre os consumidores, uma pressão sobre Sistema Único de Saúde e olhando por contexto da pandemia o que vemos é uma crise econômica que leva uma considerável redução do poder de compra. Então, esse é o momento que justifica mudanças extraordinárias e as soluções para a crise atual devem ser tão extraordinárias quanto a crise. (Repórter) Ao defender o reajuste anual previsto em lei, o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos, Nelson Mussolini, citou que a carga tributária e a cotação do dólar influenciam no preço dos remédios. (Nelson Mussolini) A indústria farmacêutica vem sim ganhando em produtividade ano a ano através dos esforços que ela tem praticado para o desenvolvimento. Outro índice importante é o dólar. Nós tivemos dólar no ano passado com crescimento de 28,93% e vale lembrar que quase 95% da matéria prima utilizada na indústria farmacêutica é importada, vem de fora do Brasil. (Repórter) O senador Eduardo Braga, do MDB do Amazonas, afirmou que ~e urgente mudar a fórmula de formação de preços dos remédios, já que o setor farmacêutico é um dos mais lucrativos no país. (Eduardo Braga) A indústria farmacêutica foi a mais lucrativa e a indústria que mais cresceu no biênio 2020/2021. Salta aos olhos o número de farmácias, o volume de faturamento da indústria farmacêutica. Eu também acho que essa legislação do teto de preços prevista ser revista pelo senado. (Repórter) Autor do projeto que proíbe o reajuste dos remédios na pandemia, o senador Lasier Martins, do Podemos do Rio Grande do Sul, destacou o aumento de 10% já autorizado no preço dos medicamentos neste ano. Para ele, esse percentual não se justifica. (Lasier Martins) Não se justificam esses reajustes diante da continuidade da emergência na saúde pública e da brutal perda de renda, perda de emprego, redução de salários. Já houve em 2020 um reajuste médio de 4,22%. Tudo isso quando se sabe que a indústria farmacêutica ampliou seus ganhos substancialmente. (Repórter) A proposta que proíbe o reajuste anual de medicamentos durante emergência em saúde pública nacional deve ser analisada em breve pelo plenário do Senado. PL 939/2021

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