Senado descarta aumento de impostos para bancar novo auxílio emergencial
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), deverá dizer ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que o Congresso Nacional não deverá aprovar a criação ou aumento de impostos para custear um novo auxílio emergencial. Essa taxação encontra resistências até na base do governo. O líder do Democratas, Marcos Rogério (RO), descartou a possibilidade. A oposição, por sua vez, defende o corte de gastos, como destacou o líder do Cidadania, Alessandro Vieira (SE).
Transcrição
LOC: SENADORES DESCARTAM A CRIAÇÃO OU AUMENTOS DE IMPOSTOS PARA BANCAR UM NOVO AUXÍLIO EMERGENCIAL.
LOC: OS PARLAMENTARES DEFENDEM CORTE DE GASTOS PÚBLICOS PARA O GOVERNO RETOMAR A AJUDA FINANCEIRA AOS TRABALHADORES INFORMAIS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN
TÉC: O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, do Democratas de Minas Gerais, voltará a se reunir com a equipe econômica para discutir uma ajuda financeira aos atingidos pela pandemia. Ele descartou a criação ou aumento de impostos para bancar um novo auxílio emergencial, como cogitam técnicos do governo.
(Pacheco) Como o auxílio é necessário imediatamente, uma criação de imposto seria, inclusive, ineficaz, considerando o tempo que nós precisamos reagir. E se deve tratar sobre aspectos tributários no âmbito da Reforma Tributária. A criação, a extinção, um novo formato, seja de tributos ou de alíquotas de base de cálculo, isso tudo tem que ser discutido numa Reforma Tributária. O que precisamos para já, urgentemente, é do auxílio emergencial ou de um programa análogo que possa socorrer as pessoas independentemente da criação de tributos.
REP: Nem os aliados do governo apoiam o aumento da carga tributária neste momento. O líder do Democratas, Marcos Rogério, de Rondônia, também se manifestou contrariamente à criação ou ao aumento de impostos.
(Marcos Rogério) Falar em criação de imposto nesse momento ainda que com a justificativa de financiar o auxílio emergencial é algo que vai na contramão do interesse nacional. Acho que o contribuinte brasileiro já paga uma carga tributária muito alta e não justificaria. Sou da ideia de que é preciso otimizar os gastos públicos, cortar despesas e garantir o auxílio emergencial.
REP: O líder do Cidadania, senador Alessandro Vieira, de Sergipe, avisou que o Congresso Nacional não aceitará uma eventual imposição do governo de retomar o auxílio emergencial desde que aprovada a criação de um novo tributo.
(Alessandro) Não existe espaço nesse momento para discussão de um novo imposto, seja para financiar o auxílio emergencial, seja para financiar outros gastos referentes à pandemia. O momento é de atendimento imediato para que você possa garantir às pessoas um mínimo de dignidade e em seguida a gente possa tratar das pautas de reforma, cuidando especialmente da Reforma Tributária. Aí sim você poderá fazer uma revisão do nosso sistema e garantir espaço para a melhora da arrecadação através de melhoria do sistema e não de aumento de alíquotas, o que o Brasil não aguenta mais.
REP: Desde o ano passado, a equipe econômica ensaia a criação de um imposto sobre operações financeiras com alíquotas de até 0,15%, uma espécie de CPMF, ou sobre compras na internet com taxação de 0,2%. Da Rádio Senado, Hérica Christian.