Recuperação econômica vai depender do desempenho da vacinação contra o coronavírus
A recuperação econômica vai depender do desempenho da vacinação contra o coronavírus, que deve ser bancada com a sobra de caixa deste ano. O Relatório de Acompanhamento Fiscal de dezembro da Instituição Fiscal Independente (IFI) aponta que o país já mostra sinais de melhoria financeira no terceiro trimestre, mas ainda deve fechar 2020 com um rombo de R$ 779,8 bilhões e corre alto risco de furar o teto de gastos em 2021. A reportagem é de Roberto Fragoso, da Rádio Senado.
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Transcrição
LOC: A RECUPERAÇÃO ECONÔMICA VAI DEPENDER DO DESEMPENHO DA VACINAÇÃO CONTRA O CORONAVÍRUS, QUE DEVE SER BANCADA COM A SOBRA DE CAIXA DESTE ANO.
LOC: INSTITUIÇÃO FISCAL INDEPENDENTE APONTA QUE O PAÍS JÁ MOSTRA SINAIS DE MELHORIA FINANCEIRA NO TERCEIRO TRIMESTRE, MAS AINDA DEVE FECHAR 2020 COM UM ROMBO DE 780 BILHÕES DE REAIS. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO.
(Repórter) Mesmo sem a aprovação do Orçamento de 2021, as despesas com saúde devem estar garantidas no início do ano. Isso porque o dinheiro não gasto no combate ao coronavírus em 2020 poderá ser destinado a ações sanitárias na forma de restos a pagar, como explica o diretor da Instituição Fiscal Independente, Felipe Salto.
(Felipe Salto) Quando a gente compara a execução desses créditos extraordinários com o orçamento previsto apresenta uma sobra de 84,3 bi até do dia dezembro. Até o final do ano essa sobra vai diminuir, porque a execução ainda está acontecendo. Mas isso indica que há um espaço para a realização de restos a pagar provavelmente no ano seguinte, que são extra teto de gastos, e essa informação foi corroborada em alguma medida pela LDO.
(Repórter) A Lei de Diretrizes Orçamentárias destinou 31,6 bilhões de reais para restos a pagar em 2021. Destes, 20 bilhões devem ser usados na campanha de vacinação contra a covid. A velocidade e o alcance da imunização serão sentidas diretamente na recuperação da economia, segundo a IFI, uma vez que ela vai permitir a retomada de todas as atividades. As contas públicas deixaram as cordas no terceiro trimestre – com aumento do PIB de 7,7% em relação ao segundo, e aumento de arrecadação que elevou a receita líquida do governo em 9,3% em novembro, em comparação com 2019. Mas isso não foi o suficiente para afastar o risco de furar o teto de gastos, alerta Salto.
(Felipe Salto) Nós ainda vamos encerrar o ano com um déficit primário de 779,8 bilhões de reais, algo próximo a de 11% do PIB. Com uma dívida também muito alta, de 93,1% do PIB. Isso indica que é urgente a reorganização das contas públicas, e também que o governo tenha um plano fiscal de curto prazo para o ano que vem, mostrar como vai evitar o rompimento do tetode gastos, uma vez que a nossa avaliação é que o risco de rompimento é muito alto.
(Repórter) A indústria e o comércio já superaram as perdas que tiveram no ápice da pandemia. Outras áreas, no entanto, como transporte, armazenagem e serviços só recuperaram cerca de metade do prejuízo.
RAF 47