Pantanal terá mais seca nos próximos 5 anos, alertam pesquisadores

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LOC: A COMISSÃO TEMPORARIA EXTERNA DO PANTANAL FEZ MAIS UMA AUDIÊNCIA PÚBLICA NESTA QUARTA-FEIRA. LOC: PESQUISADORES, VETERINÁRIOS, REPRESENTANTES DA FUNAI, DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, ÍNDIOS E EMPRESÁRIOS DA REGIÃO FORAM OUVIDOS. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO. TÉC: Alessandra Guató, da Organização das Mulheres Indígenas de Mato Grosso, pediu ajuda não apenas para apagar as queimadas. (Guató): Gostaria também de sugerir a inserção do antropólogo, do psicólogo, porque a gente tá falando de pessoas, de vidas, de pessoas que estão sofrendo com esse impacto das queimadas diretamente no dia a dia, na vida das pessoas lá. Porque teve pessoas que perderam tudo. (Repórter): O chefe da Embrapa Pantanal, Jorge Lara, destacou que o bioma sofre os efeitos das mudanças climáticas. Há menos água e áreas que ficavam submersas estão aparecendo e fornecendo combustível para o fogo. A pecuária é a vocação da região mas, segundo Jorge Lara, está diante de um novo desafio. (Jorge): Pantanal todo tem mais de 90% de propriedades privadas. Isso é uma coisa interessante, muito diferente da Amazônia. E olha que interessante, desses 90% de áreas privadas, o ecossistema todo tem cerca 85% de sua área ainda conservada. Então é um modelo que suporta, que tá sobrevivendo ao longo do tempo. Só que agora foi feito um novo desafio para ele. Olha, o clima mudou. Talvez o modelo utilizado até hoje não vá suportar mais. (Repórter): O presidente da Comissão Temporária Externa do Pantanal, senador Wellington Fagundes, do PL de Mato Grosso, reafirmou o compromisso de ouvir a todos e apresentar o chamado Estatuto do Pantanal respeitando quem vive na região. (Wellington): Queremos que o futuro Estatuto do Pantanal seja uma lei que pegue, que todos compreendam, respeitam e cumpram. Por isso é preciso que os debates e as decisões sejam encaminhadas de modo que o povo pantaneiro se reconheça no produto final. (Repórter): Pesquisadores e empresários da região alertaram ainda que a previsão para os próximos cinco anos é de mais seca. O país precisa se preparar melhor - com mais brigadistas e até militares - para auxiliar no combate aos incêndios. Alcir Amaral, da Funai, justificou que a pandemia impediu o treinamento de mais pessoal para atuar nas áreas indígenas e Eduardo Novaes, do Ministério do Meio Ambiente, disse que 444 brigadistas foram deslocados de outras regiões para o Pantanal. Da Rádio Senado, Bruno Lourenço.