Arrecadação federal de junho cai 29,59%; governo aumenta previsão de déficit — Rádio Senado
Pandemia

Arrecadação federal de junho cai 29,59%; governo aumenta previsão de déficit

A arrecadação de impostos caiu 29,59% no mês de junho em relação ao mesmo mês de 2019. O primeiro semestre de 2020 acumulou perdas de 14,71%. O Ministério da Economia divulgou uma projeção de rombo maior nas contas da União para este ano, aumentando a previsão de déficit de 540 para R$ 784,5 bilhões, valor 45,7% maior. Senadores avaliam o impacto das medidas aprovadas pelo Congresso sobre a economia. A reportagem é de Roberto Fragoso, da Rádio Senado.

24/07/2020, 18h49 - ATUALIZADO EM 24/07/2020, 20h41
Duração de áudio: 02:10
Coletiva ministro Paulo Guedes.
Foto: MinEco

Transcrição
LOC: A ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS FEDERAIS CAIU QUASE 30% NO MÊS DE JUNHO EM RELAÇÃO AO MÊSMO MÊS DE 2019. LOC: O MINISTÉRIO DA ECONOMIA ELEVOU A EXPECTATIVA DO RESULTADO NEGATIVO DAS CONTAS PÚBLICAS EM MAIS DE 45%. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. TÉC: A arrecadação total de impostos federais em junho foi de 86 milhões, 250 mil, o que representa uma queda real, já considerando a inflação, de 29,59% em comparação com o mesmo mês de 2019. O primeiro semestre de 2020 acumulou perdas de 14,71%. O Ministério da Economia divulgou uma projeção de rombo maior nas contas da União para este ano, aumentando a previsão de déficit de 540 para 784 bilhões e meio de reais, valor 45,7% maior. O relatório avalia, no entanto, que a queda na arrecadação não foi tão grave quanto o esperado, e que o pior momento foi abril. O senador Lucas Barreto, do PSD do Amapá, argumenta que a depressão foi atenuada pela injeção de dinheiro no consumo causada pelos auxílios emergenciais, além da retomada gradual das atividades econômicas que estavam suspensas. (Lucas Barreto ) Ouvi o Ministro Guedes falando que a previsão de queda no PIB diminuiu, o que significa que as ações que foram tomadas, em conjunto com o Senado Federal, com a Câmara, com o Congresso e com o Governo Federal, são ações acertadas. (Repórter) Wellington Fagundes, do PL de Mato Grosso, destacou que um dos fatores que mais afetaram a economia foi a paralisação das atividades de vários setores. (Wellington Fagundes) Os Estados foram obrigados a conviver com períodos de lockdown, alternados com aberturas relativas. Esse tipo de política causou extrema instabilidade na arrecadação. Eu gostaria de saber se já há uma estimativa de como se dará a recuperação da arrecadação no período pós-pandemia, ainda mais sem uma reforma tributária definida. (Repórter) Em audiência da comissão que acompanha as medidas de enfrentamento à covid-19, o presidente do Conselho de Secretários Estaduais de Fazenda, Rafael Tajra, explicou que mesmo com a retomada dos negócios, a arrecadação ainda deve cair, mesmo que em ritmo mais lento. (Rafael Tajra) A crise econômica, na verdade, não é derivada apenas do fato de as atividades econômicas estarem suspensas, mas pelo próprio comportamento dos agentes econômicos, que ficam com pavor da doença, obviamente, temor, e terminam alterando o seu comportamento de consumo, o que, portanto, reflete na arrecadação. Por isso é que nós entendemos que essa perda nominal e real irá se prolongar até o final do ano. (Repórter) A equipe econômica projeta uma retração do Produto Interno Bruto – a soma de todas as riquezas produzidas pelo País – de 4,7% em 2020. A inflação deve fechar o ano em 1,6%. Da Rádio Senado, Roberto Fragoso.

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