Crise fechou 522 mil empresas, aponta IBGE
Mais de meio milhão de empresas fecharam as portas em junho – temporariamente ou em definitivo – em função da pandemia do coronavírus, de acordo com pesquisa do IBGE. Senadores cobraram mais velocidade na liberação de auxílios e maior participação dos bancos na concessão de crédito para microempresários. A reportagem é de Roberto Fragoso, da Rádio Senado.
Transcrição
LOC: MAIS DE MEIO MILHÃO DE EMPRESAS FECHARAM AS PORTAS EM JUNHO – TEMPORARIAMENTE OU EM DEFINITIVO – EM FUNÇÃO DA PANDEMIA DO CORONAVÍRUS, DE ACORDO COM PESQUISA DO IBGE.
LOC: SENADORES COBRAM MAIS VELOCIDADE NA LIBERAÇÃO DE AUXÍLIOS E MAIOR PARTICIPAÇÃO DOS BANCOS NA CONCESSÃO DE CRÉDITO PARA MICROEMPRESÁRIOS. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO.
TÉC: Na primeira quinzena de junho, um milhão e 300 mil do total das quatro milhões de empresas brasileiras estavam com as atividades suspensas ou encerradas em definitivo. Quatro em cada dez, 522 mil, declararam que a interrupção dos negócios foi causada pela pandemia. Entre as empresas ainda em atividade, 70% reportaram prejuízo, enquanto 16,2% disseram que a crise teve pouco ou nenhum efeito. Apenas 13% afirmaram que a pandemia gerou oportunidades e teve efeito positivo. O baque foi pior para as microempresas –quase a totalidade das que fecharam de vez as portas. O senador Confúcio Moura, do MDB de Rondônia, presidente da Comissão Mista que acompanha as medidas de enfrentamento à covid-19, alerta que apesar de vários auxílios terem sido aprovados pelo Congresso, é preciso que o governo agilize a execução para que os recursos cheguem na ponta. (Confúcio Moura - 26”) Nós precisamos acelerar a liberação desses recursos para as empresas, apoiar os estados e municípios, aqueles que são mais acometidos pela doença, rapidamente. Não temos tempo a perder. Porque se nós demorarmos muito aos socorros as microempresas, aos trabalhadores informais, a quebradeira vai ser geral. O desemprego será muito grande, e o retorno do Brasil ao ritmo de normalidade vai demorar muito. (Repórter) Jorginho Mello, do PL de Santa Catarina, cobrou ainda mais participação dos bancos no crédito para as microempresas. Ele lembra que o fundo de crédito aprovado é apenas para garantir os empréstimos, mas as instituições estão evitando usar o próprio dinheiro.
(Jorginho Mello) Nós vamos ter R$ 28 bilhões, e ainda é pouco. Porque Infelizmente, os bancos não estão alavancando aquilo que era para fazer. Nós precisávamos ter R$ 150 bilhões para emprestar. Os bancos deveriam emprestar do dinheiro deles, que tem bastante, está líquido, e há um fundo garantidor. Não é o fundo financiador. Quando alguém não consegue pagar, aí, sim, tem um fundo garantidor que vai honrar aquela prestação com aquele contrato.
(Repórter) Todos os setores da economia foram afetados pela crise sanitária, mas os mais atingidos foram o de serviços, a indústria, a construção e o comércio. Da Rádio Senado, Roberto Fragoso.