Secretário do Tesouro não garante extensão de ajuda emergencial
A extensão do auxílio emergencial devido à pandemia do novo coronavírus não foi garantida pelo secretário do tesouro nacional, Mansueto Almeida. Mansueto, em audiência pública da comissão do congresso de acompanhamento das ações contra a Covid-19, afirmou que o auxílio emergencial é uma alternativa cara, com custo aproximado de 130 bilhões de reais e que devem ser estudadas outras medidas como o aprimoramento do programa Bolsa Família. A reportagem é de Rodrigo Resende, da Rádio Senado.
Transcrição
LOC: O SECRETÁRIO DO TESOURO NACIONAL, MANSUETO ALMEIDA, AFIRMOU QUE UMA POSSÍVEL EXTENSÃO DO AUXÍLIO EMERGENCIAL PODE SER ESTUDADA, MAS ALERTOU QUE O PROGRAMA É CARO.
LOC: O CUSTO DO AUXÍLIO DE TRÊS MESES PODE CHEGAR A 130 BILHÕES DE REAIS. A REPORTAGEM É DE RODRIGO RESENDE:
(Repórter) O auxílio emergencial de três meses devido à pandemia do novo coronavírus foi um dos assuntos da audiência com o secretário nacional do tesouro, Mansueto Almeida. O relator da comissão do Congresso que acompanha as ações contra a covid-19, deputado Francisco Júnior, do PSD de Goiás, quis saber sobre uma possível extensão do auxílio:
(Francisco Júnior) O auxílio emergencial se configurou como um dos principais componentes de sustentabilidade financeira para milhões de pessoas, 50 milhões hoje, para ser exato. Sobre a previsão para a extensão do auxílio emergencial para além dos três meses, nós estamos preparados para manter além dos três meses? Existe algum plano de manter o ajuste emergencial em definitivo no País, de virar uma política pública de sustentação para os informais, de forma especial, no Brasil, e aqueles que mais precisam da mão do Estado?
(Repórter) Mansueto afirmou que a situação será estudada após os três primeiros meses, mas destacou que o auxílio, da forma que está, é um programa caro:
(Mansueto) O auxílio emergencial, embora necessário neste momento, é um programa muito caro. O que a gente tem que tornar permanente são políticas voltadas para as pessoas de baixa renda, como o Bolsa Família. O Bolsa Família é um programa que tem mais de 15 anos e sempre foi bem avaliado, é um programa que custa R$30 bilhões por ano, é um programa muito barato
(Repórter) Sobre os informais, Mansueto afirmou que são necessárias políticas de incentivo à formalização, e não de transferência de renda:
(Mansueto) A solução para a informalidade não é pegar 38 milhões, 40 milhões de pessoas e colocar em um programa de transferência de renda. Na solução para a informalidade, o que a gente tem que perguntar é: por que o Brasil tem uma economia informal tão grande? às vezes, é a carga tributária; às vezes, é um sistema tributário complexo, o dono de uma mercearia, o dono de uma oficina pequena que não consegue nem preencher o papel para pagar imposto; às vezes, é falta de treinamento para aquele trabalhador que tem baixa escolaridade e não consegue um emprego na economia formal.
(Repórter) De acordo com Mansueto Almeida, o custo do auxílio emergencial nos três meses pode chegar a 130 bilhões de reais.