Número de feminicídios aponta para epidemia de violência contra a mulher — Rádio Senado
Audiência pública

Número de feminicídios aponta para epidemia de violência contra a mulher

Debatedoras alertam, na Comissão de Direitos Humanos do Senado (CDH), que os números de feminicídios no Brasil apontam para uma verdadeira epidemia de violência contra as mulheres. Mais informações na reportagem de Rodrigo Resende, da Rádio Senado

09/03/2020, 12h48 - ATUALIZADO EM 09/03/2020, 12h56
Duração de áudio: 02:51
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza ciclo de debates sobre: "Defesa dos Segmentos mais Vulneráveis", com foco no combate à violência contra as mulheres.

Mesa:
pedagoga Abigail Pereira; 
advogada - presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Distrito Federal (OAB/DF) - Subseção de Samambaia e Recanto das Emas, Joana D'arc de Jesus Soares dos Santos;
presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS);
presidente da Comissão de Combate à Violência Doméstica e Familiar da Ordem dos Advogados do Brasil – Distrito Federal (OAB/DF), Selma Maria Frota Carmona;
consultora legislativa e membro do Comitê pela Promoção da Igualdade de Gênero e Raça do Senado Federal, Roberta Viegas e Silva.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
LOC: O COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRAS AS MULHERES É UMA QUESTÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA E DE EDUCAÇÃO. LOC: O ASSUNTO FOI DISCUTIDO NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO. AS INFORMAÇÕES COM O REPÓRTER RODRIGO RESENDE: (Repórter) Selma Maria Frota Carmona, Presidente da Comissão de Combate à Violência Doméstica e Familiar da OAB/DF, destacou que a reação à violência contra as mulheres deve ser feita em diversos setores, com destaque para a atenção ao tema na educação básica: Selma 1 – 15” – E eu só vejo uma forma, somente uma, é com relação à educação. E com relação à educação as nossas crianças. Nós temos que entender que aquele menino, aluno, do ensino fundamental tem que respeitar a coleguinha (Repórter) O senador Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, afirmou que uma boa formação sobre o tema na primeira infância é extremamente importante: (Marcos Rogério) Esse problema da violência contra a mulher, e não só a violência contra mulher, a ausência de uma cultura de respeito à mulher respeito no ambiente de trabalho, respeito nas promoções, respeito no acesso àquilo que a lei já garante efetivado na prática, isso passa por essa compreensão de que é preciso mudar começando do início, olhando na primeira infância (Repórter) A pedagoga Abigail Pereira ressaltou que é necessária a construção de mais casas-abrigo para mulheres violentadas em todo o país. Para Abigail, o Brasil já enfrenta uma verdadeira epidemia em relação às agressões às mulheres: (Abigail Pereira) Hoje nós somos o quinto país no mundo com maior número de feminicídio nós estamos vivendo essa situação grave gravíssima da epidemia do coronavírus que está mudando inclusive as nossas relações as nossas formas até de nos cumprimentar mas o feminicídio é uma epidemia também, gente é uma epidemia que exige respostas imediatas tá virando já uma endemia tal a gravidade da situação. (Repórter) A representante do Ministério dos Direitos Humanos, Geraldini Grace, afirmou que existem 134 casas-abrigo no país e que, embora reconheça a importância desses espaços, a organização desse tipo de estrutura enfrenta problemas: (Geraldini Grace) As casas-abrigo elas geram alguns problemas para nós porque elas são sigilosas. E pelo fato de serem sigilosas, o endereço precisa estar sempre mudando, isso dificulta a questão da emenda parlamentar também, porque só se fosse uma emenda de custeio porque é um aluguel e fica muito vinculado a questão Municipal ou Estadual. Isso é uma preocupação muito forte porque eu considero a casa-abrigo um equipamento indispensável (Repórter) Dados de pesquisa feita pelo DataSenado em dezembro de 2019 mostram que 60% das 2.400 entrevistadas conhecem alguma mulher que já sofreu algum tipo de violência doméstica ou familiar. Para denunciar qualquer tipo de violência contra a mulher, você pode ligar para o número 180. A denúncia é recebida de forma anônima.

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