Senadores entram com representação contra o presidente Jair Bolsonaro — Rádio Senado
Representação

Senadores entram com representação contra o presidente Jair Bolsonaro

Senadores e deputados da Rede, PSOL e PT entraram com uma representação contra o presidente Jair Bolsonaro por declarações ofensivas à jornalista da Folha de São Paulo, Patrícia Campos Mello. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que o presidente atentou contra a dignidade humana e as mulheres. Já o vice-líder do governo, senador Chico Rodrigues (DEM-RR), minimizou o pedido da oposição ao afirmar que o presidente tem um estilo próprio de responder a provocações. As informações são da repórter da Rádio Senado, Hérica Christian.

20/02/2020, 15h59 - ATUALIZADO EM 20/02/2020, 18h50
Duração de áudio: 02:54
Beto Barata

Transcrição
LOC: PARTIDOS DE OPOSIÇÃO ENTRAM COM AÇÃO CONTRA PRESIDENTE BOLSONARO POR DECLARAÇÕES CONSIDERADAS OFENSIVAS A UMA JORNALISTA. LOC: ALIADO DO GOVERNO NEGA OFENSAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. (TÉC): Um grupo de setenta e um senadores e deputados da Rede Sustentabilidade, do PSOL e do PT entrou com uma representação contra o presidente Jair Bolsonaro na Procuradoria Geral da República. Eles argumentam que Bolsonaro quebrou o decoro exigido para o cargo máximo do País “ao se utilizar de declarações potencialmente falsas para fazer insinuações levianas, sexistas, machistas e misóginas” contra a jornalista da Folha de São Paulo, Patrícia Campos Mello. Em depoimento à CPMI das Fake News, o ex-funcionário da empresa de marketing digital, Hans River, acusou a repórter de oferecer sexo em troca de informação sobre o disparo de notícias falsas na campanha eleitoral contra o PT. Por seu depoimento falso, Hans River será reconvocado e poderá ter os sigilos quebrados. O senador Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, afirmou que esse é um ataque contra as mulheres e a democracia. Ele questionou o fato de um presidente da República proferir ataques contra jornalistas, a oposição e até o Congresso Nacional. Ao negar motivação política, Randolfe declarou que Bolsonaro atentou contra a dignidade humana assegurada na Constituição e as mulheres. Ele citou ainda que a representação tem como base um julgamento recente do STF. (Randolfe Rodrigues): Fundamentamos este crime baseado inclusive no Mandado de Injunção julgado ano passado pelo Supremo Tribunal Federal de nº 4733, que estabeleceu que qualquer tipo de preconceito contra grupos vulneráveis, e se trata aqui da vulnerabilidade de ofensas às mulheres, compreende na sua dimensão social crime de todos os tipos. (Repórter): O vice-líder do governo, senador Chico Rodrigues, do Democratas de Roraima, negou que Bolsonaro tenha ofendido a jornalista. (Chico Rodrigues): O presidente Bolsonaro tem um jeito diferente de tratar várias situações, e, na verdade, sem nenhuma humilhação sem nenhum ataque, sem diminuir a qualidade a importância dos jornalistas. Às vezes, ele é provocado e qualquer ser humano quando provocado reage. Portanto, eu acho que isso é mais política do que mais um problema jurídico, um problema que possa levar o presente aos tribunais. (Repórter): Se o procurador-geral da República, Augusto Aras, acatar a representação, poderá oferecer denúncia ao STF por crime comum contra Bolsonaro. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

Ao vivo
00:0000:00