Audiência pública debate a violência estrutural contra mulheres — Rádio Senado
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Audiência pública debate a violência estrutural contra mulheres

A Comissão Permanente Mista de Combate à Violência Contra a Mulher (CMCVM) debateu em audiência pública nesta quarta-feira (20) o caráter estrutural de violência de gênero. No dia da Consciência Negra, a senadora Zenaide Maia (PROS-RN) falou sobre a maior incidência dessa violência contra as mulheres negras. Mais informações com Lívia Torres, da Rádio Senado.

20/11/2019, 18h12 - ATUALIZADO EM 20/11/2019, 18h28
Duração de áudio: 02:33
Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher (CMCVM) realiza reunião para discutir a violência estrutural sofrida pelas mulheres.

Mesa:
professora da Universidade de Brasília (UnB), autora da pesquisa "Pequena memória para um tempo sem memória: violências e resistências entre mulheres do Serviço Social na Ditadura civil-militar de 1964-1985", Maria Elaene Rodrigues Alves;
professora da Universidade Federal do Amazonas, autora da pesquisa "O começo do fim do mundo: a violência contra as mulheres e a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte", Milena Fernandes Barroso;
presidente eventual da CMCVM, deputada Luizianne Lins (PT-CE);
professora da Universidade de Brasília (UnB), autora da pesquisa "O que se faz quando há violência? A política de assistência social no combate à violência intrafamiliar", Priscilla Maia de Andrade.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
LOC: A COMISSÃO MISTA DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER DISCUTIU EM AUDIÊNCIA PÚBLICA A VIOLÊNCIA ESTRUTURAL QUE AFETA AS MULHERES. LOC: NO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA, A SENADORA ZENAIDE MAIA DO PROS DO RIO GRANDE DO NORTE FALOU SOBRE A SITUAÇÃO MAIS VULNERÁVEL DAS MULHERES NEGRAS. A REPORTAGEM É DE LÍVIA TORRES: TÉC: A violência contra a mulher vai além da agressão física e do feminicídio, o homicídio baseado no ódio de gênero. Ofensas verbais, assédio, importunação sexual e estupro são outros exemplos de violências as quais as mulheres estão expostas constantemente. A Comissão Mista de Combate à Violência Contra a Mulher discutiu em audiência pública a violência estrutural que afeta meninas e mulheres. A senadora Zenaide Maia do Pros do Rio Grande do Norte, destacou que as mulheres negras são ainda mais vulneráveis. De acordo com o Mapa da Violência, atos contra as mulheres negras aumentaram nos últimos anos: (Sonora Zenaide) “As mulheres negras são a maioria entre as vítimas da violência, e nós temos a região Sul e Sudeste que reduziu a violência contra as mulheres, mas as violências contra as mulheres negras aumentaram. De acordo com o mapa da violência na primeira década da vigência da lei Maria da Penha, entre os anos de 2006 e 2016, a taxa de homicídio cresceu 15,4%, e a de mulheres não negras caiu para 8%” (Rep) A Professora da Universidade de Brasília e autora da pesquisa: “O que se faz quando há violência? A política de assistência social no combate à violência intrafamiliar”, Priscilla Andrade, falou sobre o fato que a maioria dos agressores são parentes ou conhecidos das vítimas: (Sonora Priscilla) “Olhando para todos os componentes, todos os membros da família, são as mulheres as mais vitimadas em todo ciclo de vida. A vida das mulheres então, ela é marcada pela violência e é a violência que acontece com mais veemência em casa. Contraditoriamente o lugar que nos contam que seria o mais seguro, que seria aonde as mulheres estariam mais preservadas” (Rep) A professora da Universidade Federal do Amazonas, Milena Barroso, ressaltou como a violência estrutural afeta o direito de das mulheres de ir e vir, pelo medo de sofrerem algum tipo de violência: (Sonora Milena) “Também do ponto de vista dos privilégios. Então, quando a gente fala que é violência estrutural, é porque as mulheres, nós mulheres temos medo de andar nas ruas sozinhas em determinados horários. Não é necessariamente a violência direta, mas é a possibilidade, é a ameaça de sermos vítimas de violência” (Rep) Como destacou a convidada Priscilla Andrade, o Amazonas é o estado em média com os maiores índices de feminicídio, seguido do Distrito Federal. Sob supervisão de Rodrigo Resende, da Rádio Senado. Lívia Torres.

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