Comissão discute implementação de matrizes de energias renováveis no Brasil
Audiência pública na Comissão Mista de Mudanças Climáticas (CMMC) discutiu a implementação de energias renováveis e biocombustíveis no Brasil. No Acordo de Paris, o país se comprometeu a reduzir em 37% as emissões de carbono até 2025. O Coordenador Sênior do Portfólio de Energia do Instituto Clima e Sociedade, Roberto Kishinami, comentou que apesar de o país ter recursos suficientes para expandir o uso de energias renováveis, a falta de políticas públicas que promovam desenvolvimento social e sustentável impede a melhora do uso de energias renováveis.
Veja a íntegra da audiência pública aqui.
Transcrição
LOC: A IMPLEMENTAÇÃO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS E BIOCOMBUSTÍVEIS PARA PROMOVER A REDUÇÃO DA EMISSÃO DE CARBONO FOI DISCUTIDA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NO SENADO.
LOC: OS CONVIDADOS AFIRMARAM QUE O BRASIL POSSUI RECURSOS E JÁ APRESENTA ALTERNATIVAS MAIS SUSTENTÁVEIS PARA O SETOR AUTOMOBILÍSTICO. A REPORTAGEM É DE LÍVIA TORRES:
(Repórter) O Brasil pretende reduzir as emissões de carbono em 37% até 2025. Essa meta foi estabelecida pela NDC, sigla em inglês para Contribuição Nacionalmente Determinada, que foi estabelecida no Acordo de Paris. Os desafios e a implementação de energias renováveis para alcançar a meta foram assunto de audiência pública na Comissão Mista de Mudanças Climáticas. Diretor Técnico da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Henry Joseph Junior, afirmou que o uso de combustíveis biodegradáveis em substituição aos fósseis já é uma realidade no mercado automobilístico brasileiro:
(Henry Joseph Junior) “Essa é uma solução, ao nosso ver de curto prazo, como já foi colocado nós temos a expertise e o uso dos biocombustíveis já há algum tempo no mercado brasileiro. É uma opção sem dúvida de menor custo, a infraestrutura já está estabelecida. Nós temos o domínio do biocombustível, no ponto de vista da fabricação do veículo. Hoje já estamos com veículos híbridos, flex, que utilizam biocombustível no mercado e utiliza as potencialidades do país, sem dúvida”
(Repórter) O Coordenador Sênior do Portfólio de Energia do Instituto Clima e Sociedade, Roberto Kishinami, falou que o país tem os recursos necessários para a energia sustentável. Porém, a carência de políticas públicas que integrem desenvolvimento social e sustentável, impede a expansão da energia limpa no país:
(Roberto Kishinami) “O Brasil tem e sempre teve fontes energéticas suficientes para ser renovável, muito que 55% da matriz. No entanto, o que nós não temos são políticas de energia articuladas com os aspectos sociais. No Acordo de Paris, por exemplo, é muito explicito que as metas de emissão elas tem que estar acompanhadas de ODS, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Nós não temos isso, infelizmente, é algo que falta em termos de políticas públicas”
(Repórter) Ainda dentro da Contribuição Nacionalmente Determinada, o Brasil tem o objetivo de reduzir em 43% as emissões de carbono até o ano de 2030.