Impacto da Reforma da Previdência na população negra é debatido na CDH — Rádio Senado
Comissões

Impacto da Reforma da Previdência na população negra é debatido na CDH

A Comissão de Direitos Humanos discutiu nesta segunda-feira (12) os impactos das mudanças na Previdência Social para as minorias e a população negra. O professor Eduardo Jerônimo defendeu uma política de juros menores, enquanto o senador Paulo Paim (PT-RS) disse esperar que os brasileiros se atentem aos resultados eleitorais da Argentina, que teve sua Previdência reformada em 2017.  A reportagem é de Marcella Cunha

12/08/2019, 20h04 - ATUALIZADO EM 12/08/2019, 20h04
Duração de áudio: 02:14
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência pública interativa para tratar sobre "Previdência e Trabalho", com foco na população negra e minorias.

Mesa:
representante do Conselho Nacional dos Direitos Humanos, Ieda Leal;
vereadora da Câmara Municipal de Natal - Rio Grande do Norte, Divaneide Basílio;
presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS);
deputada estadual da Assembleia Legislativa da Bahia, Maria Olívia Santana;
diretor presidente da Nova Frente Negra Brasileira (NFNB), Tadeu Augusto Matheus;
representante do Núcleo de Articulação Política-DF na Nova Frente Negra Brasileira (NFNB), Marivaldo Pereira.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DISCUTIU NESTA SEGUNDA-FEIRA OS EFEITOS DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA PARA A POPULAÇÃO NEGRA E MINORIAS. LOC: OS DEBATEDORES TEMEM QUE AS MUDANÇAS AFETEM OS NEGROS DE FORMA MAIS DURA, JÁ QUE ELES SÃO MAIORIA ENTRE A POPULAÇÃO MAIS POBRE DO PAÍS. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA TÉC: Para debater os efeitos da Reforma da Previdência sobre a população negra e as minorias, a Comissão de Direitos Humanos promoveu uma audiência pública nesta segunda-feira. Lígia Margarida de Jesus, da Sociedade Protetora dos Desvalidos, chamou a atenção para o impacto que as mudanças terão no orçamento de famílias chefiadas por mulheres negras. (Margarida): A grande maioria dos lares na periferia são chefiadas por mulheres e nós não estamos aqui falando de vitimismo, nós não estamos aqui falando como atualmente se diz de mimimi. Nós estamos falando de uma realidade, a realidade de mulheres negras que sustentam suas famílias, mulheres negras que também assumem os seus idosos e que serão extremamente prejudicadas com a reforma. (REP) Já o professor e pesquisador, Eduardo Januário, ressaltou que houve uma mudança de prioridades entre 2004 e 2018, quando o Governo se concentrou em gastos da área social. Ele defendeu uma política de juros menores para diminuir o impacto na despesa total do Governo. (Januário): Em alguns momentos na média histórica, a despesa do estado com juros da dívida equivale a 41% da despesa para previdência. Se houvesse uma reconfiguração do processo do juros da dívida a gente teria dinheiro suficiente, verba suficiente, para atender os problemas, os chamados problemas, da Previdência. (REP) O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, citou o caso da Argentina, que teve sua previdência reformada no final de 2017 pelo presidente liberal Maurício Macri. Ele acaba de ser derrotado por 15 pontos de diferença nas eleições primárias pela chapa do peronista Alberto Fernández. (Paim): Isso aponta que o povo argentino já percebeu o que está acontecendo lá e o que tá acontecendo aqui. Tanto que esse tal de Macri esteve a pouco tempo aqui no Brasil. E já deu a resposta nas urnas. Eu espero que o resultado da Argentina seja visto, escutado, lembrado e acompanhado também pelo povo brasileiro. (Rep) No país vizinho, no entanto, não foram feitas mudanças na idade mínima ou tempo de contribuição, mas apenas uma alteração no cálculo de reajuste das aposentarias e pensões. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

Ao vivo
00:0000:00