Ministro do Meio Ambiente diz que falta critério na distribuição de recursos do Fundo Amazônia — Rádio Senado
Meio Ambiente

Ministro do Meio Ambiente diz que falta critério na distribuição de recursos do Fundo Amazônia

O Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, participou nesta quarta-feira (7) de uma audiência pública conjunta das Comissões de Meio Ambiente (CMA) e Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC). Para Salles, há um problema de critério na seleção dos projetos que mantidos pelo Fundo Amazônia. O presidente da CMA, Fabiano Contarato (REDE-ES), questionou a demissão do ex-diretor do Inpe, Ricardo Galvão, após a divulgação de dados de desmatamento.  A reportagem é de Marcella Cunha.

07/08/2019, 19h18 - ATUALIZADO EM 07/08/2019, 19h18
Duração de áudio: 02:18
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
LOC: O MINISTRO D O MEIO AMBIENTE, RICARDO SALLES, PARTICIPOU NESTA QUARTA-FEIRA DE AUDIÊNCIA CONJUNTA NAS COMISSÕES DE TRANSPARÊNCIA E MEIO AMBIENTE. LOC: ELE DISSE QUE FALTA CRITÉRIO NA DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS DO FUNDO AMAZÔNIA E QUE O GOVERNO VAI CONTRATAR NOVA TECNOLOGIA PARA OBTER DADOS COMPLEMENTARES SOBRE O DESMATAMENTO. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA TÉC: Durante a audiência pública, o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que o Governo identificou um problema nos critérios de escolha dos 103 projetos mantidos atualmente pelo Fundo Amazônia, que recebe doações de países como Noruega e Alemanha para ações de conservação e combate ao desmatamento. Para Salles, o Fundo tem o potencial de, junto com a estrutura estatal, incorporar ao sistema produtivo os mais de 20 milhões de brasileiros que vivem na região, mas tem falhado. (Ricardo) Região rica com povo pobre, sem saneamento, sem coleta e destinação de lixo, sem infraestrutura pública mínima. O que mostra que essa equação não foi a melhor equação até agora. Portanto as atividades do Fundo Amazônia devem contemplar as soluções desses dilemas. (Rep) Salles também questionou a cobrança internacional sobre as políticas adotadas pelo Governo brasileiro, que, segundo ele, distorce a discussão ambiental. (Ricardo) Nós somos o país a dar exemplo para os outros. Nós somos o país com 66% da sua cobertura vegetal mantida. Aliás, a Noruega que é o principal doador do fundo Amazônia, é o país que explora petróleo no Ártico e vem criticar a exploração de petróleo na Foz do Amazonas. Eles caçam baleia! (Rep) O Ministro negou, ainda, que os recursos do Fundo Amazônia serão utilizados para o pagamento direto da regularização fundiária, mas apenas para custear mecanismos de aceleração desse processo, como levantamento de dados. O presidente da Comissão de Meio Ambiente, senador Fabiano Contarato, da Rede Sustentabilidade do Espírito Santo, questionou o Ministro sobre a demissão do ex-diretor do Inpe, Ricardo Galvão, após divulgar um aumento de 88% no desmatamento na Amazônia. (Contarato): É cômodo, como se vivêssemos em uma ditadura, e acho que estamos vivendo a ditadura em plena democracia, tira-se o diretor do Inpe porque se ataca o número, mas não se ataca o problema. E é isso que o governo tem que fazer. (Rep) Salles argumentou que os números precisavam ser corrigidos e disse que o Governo pretende combater o monopólio de dados por meio da contratação de uma tecnologia com imagens de alta resolução para complementar as informações fornecidas pelo Inpe. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

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