Conselho de Comunicação pede revisão do projeto de combate às “fake news” nas escolas
O Conselho de Comunicação Social do Senado (CCS) rejeitou a proposta que busca combater as Fakes News com a criação de uma disciplina nas escolas. Segundo a relatora, a proposta é muito burocrática para a realidade das escolas. O Conselho também aprovou uma audiência para discutir a liberdade de imprensa.
Transcrição
LOC: CONSELHO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DEVE ALTERAR PROJETO QUE CRIA DISCIPLINA ESPECÍFICA PARA O COMBATE ÀS “FAKE NEWS” NAS ECOLAS.
LOC: A RELATORA AVALIOU COMO INVIÁVEL A PROPOSTA AO CITAR A REALIDADE DO ENSINO NO PAÍS. REPORTAGEM DE JOSÉ ODEVEZA.
(Repórter) O Conselho de Comunicação Social do Congresso pediu a revisão do Projeto de Lei 559 de 2019 que tem como objetivo capacitar estudantes sobre o uso da internet e das redes sociais. A relatora, Patricia Blanco, citou uma pesquisa da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, que mostrou que 82% dos adolescentes não sabem diferenciar um conteúdo patrocinado e que 40% não conseguem distinguir uma notícia verdadeira de uma falsa. A conselheira considera inviável a criação de uma disciplina para o combate às notícias falsas, ou fake news.
(Patricia Blanco) A proposta apresentada pelo deputado buscando uma solução para o problema via a educação é o melhor caminho para trilhar. No entanto, a criação de uma nova disciplina específica para o combate à desinformação e visando ao comportamento ético nas redes sociais implicará custos e dificuldades operacionais que poderão inviabilizar a sua implementação.
(Repórter). A representante dos jornalistas, Maria José Braga, avalia que atualmente as escolas podem discutir o tema das fake News em outras disciplinas já existentes.
(Maria José) Tem plena possibilidade de se trabalhar a educação midiática em diversas atividades e em diversas disciplinas já instituídas no currículo do ensino fundamental.
(Repórter) O Conselho adiou a votação do relatório contrário ao direito de resposta para grupos sociais após matérias divulgadas em veículos de comunicação. O relator, representante da Abert, João Camilo Júnior, acredita numa burocratização do processo com a eventual aprovação da proposta.
(João Camilo) Quem pode pedir esse tipo de direito. Se a gente tiver em cada estado da federação um grupo que sinta ofendido, nós teríamos 27 pedidos ou mais. Então, por isso, essa Lei traz confusão no ordenamento jurídico.
(Repórter) O Conselho voltará a se reunir no dia primeiro de julho para discutir este projeto.