Audiência pública no Senado discute o papel da educação no combate à violência contra a mulher
Segundo o Observatório da Mulher contra a Violência, mais de quatro mil e seiscentas mulheres foram assassinadas em 2015. Mas não se sabe, por exemplo, qual o percentual dessas mortes é feminicídio -- o assassinato de mulheres por homens, simplesmente pela diferença de gênero. A Comissão de Educação no Senado promoveu uma audiência pública nesta terça-feira (30) para discutir o papel da educação na transformação dessa realidade, e para conhecer melhor o projeto Caminho das Flores. Ele foi criado em 2018 pela Polícia Civil do Distrito Federal para ajudar no combate à violência contra a mulher. A reportagem é de Floriano Filho.
Transcrição
LOC: A EDUCAÇÃO TEM UM PAPEL TRANSFORMADOR NA CONDIÇÃO SOCIAL DAS MULHERES E AJUDA A COMBATER A VIOLÊNCIA.
LOC: O ASSUNTO FOI DISCUTIDO DURANTE AUDIÊNCIA PÚBLICA NO SENADO. A REPORTAGEM É DE FLORIANO FILHO:
TÉC: A Lei Maria da Penha obriga a inclusão de estatísticas sobre violência contra a mulher nas bases de dados oficiais. Só que esses levantamentos não têm sido feitos de forma sistemática e organizada. A falta de dados atualizados e confiáveis prejudica a adoção de políticas públicas adequadas para proteção feminina. Um dos esforços para suprir essa lacuna é o Observatório da Mulher contra a Violência, que produz dicionários de dados e tabelas a partir das estatísticas disponíveis. Segundo o observatório, mais de quatro mil e seiscentas mulheres foram assassinadas em 2015. Mas não se sabe, por exemplo, que percentual dessas mortes é feminicídio -- o assassinato de mulheres por homens, simplesmente pela diferença de gênero. A Comissão de Educação no Senado promoveu uma audiência pública nesta terça-feira para discutir o papel da educação na transformação dessa realidade, e para conhecer melhor o projeto Caminho das Flores. Ele foi criado em 2018 pela Polícia Civil do Distrito Federal em parceria com a comunidade local. A policial civil Deise de Andrade foi uma das pioneiras no projeto pelo fato da educação ter mudado para melhor a própria história da família dela. Deise disse que é preciso haver mais solidariedade para que as mulheres possam alcançar uma melhor posição social.
(Deise): Nós precisamos ser mulheres solidárias. Precisamos olhar no olho uma das outras. E segurar na mão (...) e avançar. E não ter medo do brilho da outra, (...) de compartilhar o saber e compartilhar oportunidades.
(Rep) O senador Nelsinho Trad, do PSD de Mato Grosso do Sul, presidiu a maior parte da audiência e afirmou que a educação é uma das principais ferramentas de transformação social.
(Nelsinho): O que tem que ter é professor bem capacitado. Professor que possa fazer o enfrentamento das questões que envolvem hoje a sociedade.
(Rep): Os casos de violência contra a mulher podem ser denunciados pelo número de telefone 180. Da Rádio Senado, Floriano Filho.
REQ 34/2019