Senadores defendem fim da concessão da Ferrovia Transnordestina — Rádio Senado
Comissão de Infraestrutura

Senadores defendem fim da concessão da Ferrovia Transnordestina

Audiência promovida pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) discutiu o projeto de retomada das obras da Ferrovia Transnordestina, que ligará o sertão do Piauí aos portos de Suape, em Pernambuco, e do Pecém, no Ceará. Já foram aplicados R$ 6,4 bilhões e 52% da obra foram feitos. Pelo novo projeto, explicou o presidente da Transnordestina Logística, Jorge de Mello, a conclusão da ferrovia depende de parceiras privadas. Os senadores de Pernambuco Armando Monteiro (PTB) e Fernando Bezerra Coelho (MDB) defendem a rescisão da concessão por caducidade, com a conclusão da ferrovia feita pela União.

04/12/2018, 12h15 - ATUALIZADO EM 05/12/2018, 14h45
Duração de áudio: 02:10
Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) realiza audiência pública interativa para tratar sobre o tema: "Reavaliação do projeto da Ferrovia Nova Transnordestina: viabilidade e fontes de financiamento."

Em pronunciamento, à bancada, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

Mesa:
secretário de fiscalização de infraestrutura portuária e ferroviária do Tribunal de Contas da União (TCU), Paulo Pessoa Guerra Neto;
diretor de programa do Departamento de Infraestrutura e Logística do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Otto Luiz Burlier da Silveira;
secretário de fomento e parcerias do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Dino Antunes Dias Batista;
presidente eventual da CI, senador Armando Monteiro (PTB-PE);
secretária da Secretaria de Fundos Regionais e Incentivos Fiscais do Ministério da Integração Nacional, Cilene de Jesus Jardim Dórea; 
diretor presidente da Transnordestina Logística S.A, Jorge Luiz de Mello;
coordenadora de análise de projetos e investimentos ferroviários da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Lorena Cristina Duarte.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
LOC: EM AUDIÊNCIA PÚBLICA, SENADORES DA COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA DEFENDERAM O FIM DA CONCESSÃO DA FERROVIA TRANSNORDESTINA POR CADUCIDADE. LOC: A OBRA COMEÇOU HÁ UMA DÉCADA E ESTÁ SUSPENSA HÁ DOIS ANOS POR DECISÃO DO TCU. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES. TÉC: A Ferrovia Transnordestina deveria ligar a cidade de Eliseu Martins, no sertão do Piauí, aos portos de Suape, em Pernambuco, e do Pecém, no Ceará. Já foram aplicados 6,4 bilhões de reais e pouco mais da metade da obra foi feita. Sem justificar o fracasso nas várias tentativas de conclusão do empreendimento, o presidente da Transnordestina Logística, Jorge de Mello, ressaltou a necessidade de parcerias privadas para a entrega da ferrovia. (Jorge de Mello): “Inúmeras coisas aconteceram ao longo do tempo que fizeram com que o projeto tivesse esse atraso em que está. Por essa razão que o governo federal resolveu constituir esse grupo de trabalho, que não aborda muito o passado, mas aborda o futuro, quer dizer, daqui para a frente o que está sendo previsto”. (Rep): O novo projeto de repactuação, segundo a concessionária, vai impactar 81 municípios em 3 estados, com arrecadação de 120 milhões de reais em impostos por ano e a geração de 90 mil empregos. Para o senador e ex-ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra Coelho, do MDB de Pernambuco, a Agência Nacional de Transportes Terrestres deve rescindir a concessão da Transnordestina por caducidade, uma vez que os prazos não foram cumpridos. (Fernando Bezerra): “Eu estou mais convencido de que a ANTT tem que fazer o seu trabalho. A caducidade está caracterizada. Ponto final. É óbvio que o governo federal, em tempos de vacas magras, fica hesitando se declara a caducidade porque vai ter que tocar a obra como obra pública. Mas esse é o caminho”. (Rep): Tem a mesma opinião o senador Armando Monteiro, do PTB de Pernambuco, que pediu o debate. (Armando Monteiro): “Eu estarei também alinhado com essa posição de poder cobrar da ANTT uma posição clara, um pronunciamento claro, em relação à declaração de caducidade dessa obra porque é inaceitável”. (Rep): Também participaram da audiência representantes do TCU - Tribunal de Contas da União - e dos Ministérios do Planejamento, dos Transportes e da Integração Nacional. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges. RQI 37/2018

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